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Conheci muitas pessoas que tinham a mania de ficarem quietas, pouco falavam. De certa forma, demonstravam a valorização de seus atos. Tudo o que com raridade se pronuncia, chama atenção ao se expressar. Desde que isso seja uma tradição.
Aqueles que desde muito jovem se colocam publicamente de forma rara e falam pouco, são vistos como pessoas atentas e ponderadas. Consideram que se pronunciar deve ser um ato de cautela, um respeito a palavra, considerada sagrada. Como quem constantemente, no silêncio, afirma que o que sai da boca não tem mais volta.
Os silenciosos sempre valorizaram o momento considerado oportuno e merecedor para que se soltasse o som da voz de forma certeira. Quem recebe a palavra deve ser merecedor dela. Não se deve falar para qualquer um e dizer qualquer coisa, como bobagens soltas ao vento.
Já, o outro lado do silêncio pode ter a interpretação da tristeza, a dor pela derrota ou perda. Momentâneo entre os que tem como prática se pronunciar constantemente. Falar aos quatro cantos não combina com o perfil calado e repentino. Diante do sofrimento há os que silenciam quando a dor é maior que o ato.
Não sei bem o que se passa na cabeça de quem sempre falou tanto, e de forma desmedida, e de repente silencia. Isso me lembra quem espera um milagre e ou vive em meio a solidão.
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