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Um levantamento do Observatório das Metrópoles, ligado a Universidade Estadual de Maringá (UEM), aponta um aumento no número de moradores de rua em Maringá, norte do Paraná, 27%. Segundo os dados apresentados esta semana, a cidade tem hoje 452 moradores. No ano passado o número de pessoas nesta condição era de 357. Em 2015 era de 219.
Segundo a coordenadora da pesquisa “A População em Situação de Rua em Maringá”, Ana Lúcia Rodrigues, o principal fator deste aumento é a falta de emprego e a perda de renda. Uma consequência do ambiente econômico que o país vive.
Contudo, estes dados são a demonstração do que foi construído ao longo do tempo no país. A desqualificação do trabalhador brasileiro é algo histórico. Temos um passivo social que se formou desde a ruptura do trabalho escravo e a mecanização da lavoura. Um processo de mudanças econômicas que remontam o final do Século XIX e a segunda metade do Século XX.
Há uma geração de pessoas que são filhos e netos dos antigos trabalhadores rurais que agora se concentram nas cidades e recebem os efeitos da limitação produtiva diante de um mercado de trabalho que sofreu mudanças.
Este ambiente que nos faz deparar cada vez mais com pessoas em condições de risco e moradores de rua é uma expressão de uma história econômica que já dava sinais de estrangulamento. O filhos do trabalhador sazonal no campo não reproduziu o trabalho de seus pais.
Parte considerável desta população migra para cidades de maior porte. Chamados pela propaganda, muitas vezes enganosa, da prosperidade que efetivamente não existe. Viver do assistencialismo que ronda o lugar próspero, ser pago para não incomodar.
É importante criarmos condições para que os moradores de rua tenham oportunidades. Fundamental retirá-los desta condição, por mais que alguns sabem que o rendimento de pedinte pode ser maior do que parte considerável das atividades de trabalho que conseguiriam com baixa qualificação.
A presença de um moradores de rua na cidade demonstram o quanto viver da ajuda alheia acaba por ser mais rentável do que buscar uma saída. Há, associado a isso, a relação de muitos que vivem no abandono com o consumo de drogas. A realidade difícil de se encarar precisa se entorpecida.
Queremos uma solução. Então temos que valorizar o ser humano e construir uma possibilidade de lhe dar autonomia. O passivo social construído ao longo do tempo está nas ruas. A sobrevivência do problema é o alimento da falta de uma ação de educação e construção de um ser humano.
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