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Nós temos um hábito muito ruim de ficarmos olhando para as pessoas que estão no poder como personalidades autônomas das relações que elas estabelecem e estabeleceram, principalmente, para chegar onde estão. Por isso, apostamos sempre que o eleito é um “salvador da pátria” cheio de boas intenções. Como diz o ditado, “o inferno está cheio disso”.
As relações são mais importantes que as pessoas. Elas estão acima das coisas. São determinantes para que o poder seja estabelecido. Muitas vezes, acreditamos que estamos tratando com pessoas diferentes, mas elas vem do mesmo lugar. São fruto do mesmo meio que as constroem e se justificam na busca dos mesmos interesses.
A retórica diferenciada nos divide. Chegamos a considerar que há uma intenção distinta. Opostos podem ser aparentes, mas se constroem com a mesma lógica de concessões e clientelismos.
Deveríamos ficar mais atentos a isso.
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