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O Brasil é um país pobre? Não. Seria irônico afirmar isso. O Brasil é um país de pobres? Sim, seria um contrassenso não dizer isso. Mas o que faz um país tão rico ter gente tão pobre?
Temos que medir a riqueza na grandeza de interesses e valores que as relações estabelecem. Os indígenas que habitavam estas terras tinham em mãos uma natureza com um valor determinado pela necessidade de seu tempo e espaço. Sim, a proporção da demanda por determinados produtos e serviços elevam o valor ou o fazem decair.
Na descoberta portuguesa e no domínio sobre a natureza e técnicas que foram incorporadas pelos nativos se descobriu valores e surgiram demandas. Muitas das coisas produzidas na terra rodaram mundo a fora e foram “soluções” para inúmeros problemas. O intermediário sempre foi o grande acumulador nos tempos de colonização. Não por acaso os senhores de engenho eram a elite de terras e pessoas, escravos. Contudo, a riqueza do açúcar ficou nas mãos dos empresários mercantis.
Engraçado que hoje a produção se multiplicou. Se modernizou as técnicas de transporte e o acesso aos bens foram agilizados. Os mecanismos digitais aproximaram seres humanos de seus objetos de desejo e ensinou o mercado a conhecer os interesses das pessoas e estimularem suas vontades. Não se sabe mais ao certo se o que se cria é porque se quer ou simplesmente porque descobriram antes de nós mesmos que desejávamos.
O Brasil, neste ambiente, continua produzindo muito da necessidade de muitos e tudo feito por muita gente. Contudo a participação dos seres humanos nesta cadeia é desigual. Cada vez mais importante do que estar presente na relação do que gera as coisas, o valor está na capacidade de demonstrar ao mundo que as coisas existem e entender que as deseja. E isso, nem todo mundo pode fazer. Porém, todos dependem direta ou indiretamente desta capacidade de manipular esta informação.
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