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Agora falamos dos efeitos do auxílio Brasil. Salvar a população vulnerável com uma ajuda mensal. Dar a mesada de sobrevivência as pessoas. A necessidade de auxiliar quem corre o risco alimentar é necessário. Se disser que é louvável, santificarei a obrigação, isso não se faz. O governo que luta para a melhoria da condição das pessoas em situação de risco, seja ele qual for, faz sua obrigação. Deve ser elogiado, mas não idolatrado.
Nuna vi um governo eleito declarar abertamente que deseja a morte para mais carentes. Quem quer se manter necessita da manutenção da dependência. Manipular a miséria é a arte dos que sabem o preço que o cidadão miserável tem na hora do voto. Não se pode matar a galinha dos ovos de outro. Logo o miserável não pode morrer e não pode sair da miséria.
O que argumento aqui não é saudosismo, apenas uma reflexão sobre o passado para entender os passos que demos e onde estamos, o que realmente estamos fazendo para mudar e o que está se tornando uma permanência.
Na década de 1960, a maioria dos brasileiros ainda estava na zona rural. As cidades já haviam conhecido o surto de industrialização. Se falava em desenvolvimentismo econômico, investimento estrutural. E o discurso estatizante ainda não tinha chegado no auge, as empresas, a máquina pública, representava menos de 10% do Produto Interno Bruto (PIB).
Sem os desejos do consumo e da parafernália disponível, a vida era mais simples. Se vivia bem, se comia e o risco de fome era menor. As pessoas tinham uma forma de se organizar sem o Estado e viviam distante de sua interferência constante e intensa. Ou não se tinha o desejo absurdo de se sentir feliz sendo um saco sem fundo que só se anima quando chega perto da sensação de satisfação impossível de se alcançar.
No Brasil, o excesso de Estado se justificou por milagres econômicos, multiplicação de estatais, ampliação da dependência. Nada de empreendimento privado interessado no crescimento e o promovendo com a velocidade necessária do crescimento dos negócios. Tudo era para ontem e o Estado se comprometeu a fazer do Brasil um país rico. Desde Juscelino Kubitschek (JK) e os militares seríamos o país do futuro, e o futuro chegou.
Chegou e não trouxe nada do que tinha prometido. As estatais implantadas não se sustentaram, atrofiaram, não foram lucrativas. O Estado passou a abocanhar 25% do PIB, e a população, grande maioria agora urbana, se transformou em um passivo social precisando de medidas públicas para sobreviver.
Logo, voltamos aos nossos dias. Empilhados de bens de consumo, desejosos de poder frequentar as regras da cidadania que o carrinho de mercado pode dar, o passivo social de uma população carente será o fiel da balança nesta eleição. Irá decidir quem será o pagador das migalhas. E a disputa não é um futuro, mas o valor do subsídio a uma população que vive um dia atrás do outro.
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