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Quando abordamos o atual momento no país fica muito claro o quanto colocar rótulos ficou comum. Para raciocinar uma determinada questão, articular posicionamentos, o rótulo se transformou em uma definição prévia e generalizadora, o que é muito perigoso.
Alguns termos como “evangélicos” ficaram associados a “direita” e todo defensor de direita se transformou em bolsonarista. Do outro lado, defensor da esquerda virou comunista e associado a pautas sociais. Basta você falar que condena a desigualdade e acredita na necessidade de políticas sociais e públicas para reduzir a desigualdade de renda que te taxam de “comunista”.
Falta esclarecimento, sem dúvida.
Mas isso vai se resolver? Não.
As pessoas preferem o rótulo mesmo. Assim elas podem lidar com mais facilidade com o que não tem interesse ou capacidade de compreender pelo tempo que exigiria conviver com a complexidade. Assim, o pragmatismo é sempre um facilitador e tem muitos adeptos.
Não existe uma forma mais fácil de ajudar uma pessoa a se posicionar do que você separar o mundo entre “bandidos” e “mocinhos”, colocar as características de cada um, e mostrar de que lado você está. Lembrando que os bandidos têm como principal perfil não serem como os mocinhos, ou seja, todo aquele que é diferente, “não presta”.
Logo, esta tendência de rotulação não vai se acabar tão cedo. Para dois terços da sociedade é assim que podemos compreender a vida e desta forma que a vida se leva. Querem gostem ou não.
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