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Temos sempre o desejo da boa companhia. Viver perto de quem nos quer e queremos. Confidenciamos a vida e dividimos angústia. Somos ligados aos seres que nos fazem sentir e dar sentido a viver. Quem não construiu ou constrói vínculos. Todos buscamos a companhia segura que nos dê referência.
Nos embates da vida cotidiana, esperamos que o agressor se coloque além das fronteiras de nossa intimidade. Esperamos o golpe, preparamos a defesa e reação. Este é o inimigo anunciado, o qual tudo se espera e nós esperamos dele. Uma vigilância constante contra as ameaças externas.
Mas quando o golpe vem de dentro? Quando a agressão vem daquele que menos se espera? Quando descobrimos ter um “inimigo íntimo”? O golpe é maior, a dor inigualável. Somos atingidos na fragilidade. Somos golpeados por não estarmos esperando a agressão. Ficamos desprotegidos e feridos, profundamente. As vezes de forma mortal.
Temos um tempo de falta de lucidez após a dor da ferida aberta. Ficamos perdidos. Desejamos que nada tivesse acontecido. Porém, negar a verdade é pior. Devemos olhar a cena de destruição e entender que fomos uma presa fácil para quem não conhecíamos. O aprendizado sobre as pessoas tem seu preço. Quanto mais alto o custo, maior a lição.
Logo, amadurecer é a resposta. Não romper com aqueles que ainda são íntimos, não generalizar. Contudo, a dor intensa, a reflexão profunda e a mudança natural das coisas nos fazem perceber a diferença. Sentimos o cheiro do traidor, ficamos mais atentos. Lembramos sempre, o golpe mortal vem de dentro. Por isso, nem todos merecem entrar em nossa intimidade.
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