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Queremos o amor intenso, arrebatador. Aquele que nos sequestra o sentimento e como uma “doença” nos consome. Não podemos mais viver sem um outro alguém. Passamos o dia com a mente voltada para um ser humano que ganha mais importância do que nós mesmos. Estamos invadidos, tomados. Isto é amor? Ainda não. Paixão, talvez.
O amor não aparece assim tão fácil. Não se mostra como um tropeço. Ele não é obra do acaso. É uma construção e descoberta. Encontrar, conviver, se reconhecer e conhecer o outro. Aprender que há um outro alguém além de nós mesmos. E descobrir nossos limites e imperfeições na capacidade de compreender que o outro também é imperfeito e mesmo assim se deseja a convivência.
O amor é aquela construção contraditória, mas permanente. Aceitar quem outro é sem ter que se submeter a existência deste alguém. Querer ajudar a si e ao outro, buscar mudanças sem desejar moldar. Não fazer do outro o que se quer, aceitar como ele é. Amar não é para qualquer um.
Namorar é conhecer. Ficamos enamorados de tantas coisas, mas de um ser humano é algo diferente. Requer respeito, gratidão, conhecimento sem imposição e nunca aprisionar e sim compartilhar. Há quem confunda a condição de amor com a posse. Aquele que deseja se torna, na mesma lógica, um objeto de posse. Ninguém é de ninguém. Temos compromisso e compartilhamos interesses, não há escravidão no amor.
Ele, infelizmente, também pode acabar. Amor pode se decompor, se desgastar, chegar ao fim, frustrar, decepcionar e cansar. Este é um direito de quem ama e deve se respeitar quando ele chegar. Pode ser que um amor não acaba jamais, contudo não há garantias e sua eternidade é obra e não benção. Não é um milagre continuar amando é ter um relacionamento sólido que não perece. Fazer mais o bem do que o mal fortalece o gostar. Não ser egoísta e se doar colabora para sua permanência.
Por isso, namorar é importante, conhecer e se conhecer. Ser melhor na convivência com alguém. Ir além de si mesmo. E aprender a construir o amor.
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