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Não precisamos de super-heróis

Sêneca, filósofo e senador romano, considerava que o comportamento ético daquele que está à frente de um cargo público, da liderança, seria a retidão. Platão comungava com estes valores bem antes dele. Mas foi o homem público de Roma que se tornou conhecido pela defesa de uma ética. Ou, o que Epicuro chamava de estética do bom comportamento.

Na vida profissional, o líder sempre foi desenhado como um ser humano perfeito. Impecável na conduta e de atos assertivos sempre. Impositor no comando, destemido, sem medo de correr riscos. Um super-herói que gerava suspiros de admiração.

Um lugar que traduziu durante muito tempo este modelo de homem impecável foram os quadrinhos onde os super-humanos transitaram. Nunca se abalavam e eram capazes de renunciar a suas vontades e desejos pelo dever a ser cumprido. Quase sempre solitário, o super-herói era inalcançável.

Isto mudou…

Agora nos filmes de grandes produções que retratam os heróis, eles estão envolta com suas dores e dilemas. São capazes de pensar em abandonar sua função vital para a sobrevivência humana por causa de um conflito amoroso, um comportamento incorreto e, até, sofrerem de depressão. O herói e humano.

Será que a lição serve para a vida profissional? Será que líderes mais humanos estão fazendo mais sucesso? E a resposta é sim. As empresas e as pessoas se cansaram do inalcançável e passaram a conviver com o possível. Prefere-se um igual a um sobrenatural por perto. Pelo menos esta é a tendência das corporações na atualidade.

Um profissional que se envolva com sua equipe de trabalho, com as pessoas com quem se relaciona todos os dias, precisa ser humano. Claro que, não estamos aqui falando de um delinquente descontrolado ou mal-educado que considera que todas as suas falhas estão perdoadas.

Deixamos para os objetos publicitários, divulgados constantemente na mídia, a estética da perfeição. Idolatramos as coisas. E que bom que a tendência de observarmos os seres humanos como são imperfeitos, é saudável.

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