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Basta você andar pelas ruas e vai notar o quanto o número de moradores de rua cresceu. Eles estão se multiplicando e avançando sobre as calçadas. Impossível não notar. Para uma parte de nós, também é inevitável não se sensibilizar.
A questão que fica é: “Por quê?” O que levou a multiplicação dos moradores de rua no país?
Nos últimos dez anos a situação piorou significativamente, entre 2012 e 2022, o aumento foi de 211% no número de pessoas que vivem nas ruas no país. Hoje são mais de 281 mil brasileiros. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Somente durante a pandemia, entre 2019 e 2022, o crescimento foi de 38%.
Fruto considerável desta condição é a falta de qualificação, a fragilidade da vida de uma grande parte dos brasileiros distantes das condições básicas e de uma qualidade de formação pessoal que lhes dê uma base sólida para começar ou recomeçar de forma digna.
O que fazer?
De outro lado, tem uma população que se sensibilizam, os que consideram que é preciso fazer alguma coisa. Estes acabam por tomar uma iniciativa pessoal, digna, mas imediata. Dão dinheiro, ajudam as pessoas na condição de rua diretamente. Seria esta atitude a melhor saída?
Acredito que não. Pode aliviar o coração, nos dar a sensação da superação, mas não resolve. Por sinal, alimenta o problema.
O impulso, mesmo que direcionado pela boa intenção, é o fator que determina a condição que se quer combater. Ao doarmos algo diretamente as pessoas, principalmente dinheiro, estimulamos a presença delas na condição onde estão.
Se queremos uma saída lógica, devemos apostar em entidades que tem projetos para superação dos problemas sociais, entre eles os moradores de rua.
Há uma lista imensa de instituições sérias que atuam nas mais diferentes regiões do país. Elas têm propostas variadas e formas de intervir em problemas sociais com eficiência. Deveríamos conhecer melhor a atuação do que chamamos de terceiro setor.
Inclusive a Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM) lançou uma campanha com o nome “Dar Dinheiro Não dá Futuro: ajude uma entidade!”.
O propósito da campanha é evitar a doação de esmolas e direcionar estes recursos para entidades assistenciais que buscam tirar as pessoas em situação de rua.
Há uma lista de entidades no site da ACIM. Uma página da campanha orienta e direciona as pessoas neste sentido. Para conhecer este trabalho, acessá-lo, clique aqui.
Por que devemos abraçar esta ideia?
Às vezes, e por muitas vezes, campanhas como esta nos ajudam a refletir sobre atos que tomamos em nossas vidas. Sempre estamos a busca de realizar um desejo imediato, entre eles, o de ajudar alguém.
Nesta busca, consideramos que a ajuda imediata. Consideramos que a doação ou repasse de algum recurso pode ser a saída. Fazemos isso com muitas pessoas. Praticamos esta ação inúmeras vezes. Contudo, não é o certo à se fazer.
Tudo o que é feito pelo impulso, reação imediata a um sentimento, costuma não dar em bom lugar. E no caso das esmolas não é diferente.
Te faço um convite, seja mais atuante. Reflita sobre as ações instituições que buscam superar problemas sociais. Se engaje, participe, antes de tudo, conheça. Procure ajudar através de ações institucionais quem está próximo, sem se deixar levar pelo impulso.
Se fizermos o certo e não o imediato, as coisas vão se resolver da melhor forma. Pense nisso!
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