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Na república do bem e do mal, quem presta?

Quando abrimos as páginas dos principais jornais do país, os desdobramentos do ataque aos prédios dos três poderes em Brasília continuam. Agora, temos a lista de envolvidos surgindo. Investigações que apontam tentativa de golpe, um superministro da Justiça que combate o vilão personalizado ao lado de um presidente que se coloca como perseguido. Heróis e bandidos, tudo o que em uma democracia é um risco para se ter atos autoritários.

Que democracia sobrevive carregada de personalismo?

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que já foi visto e ainda, para alguns, é o herói perseguido, agora se desenha como o bandido de plantão. O ‘bolsonarismo” virou prática religiosa, os seguidores agem como se a pessoa fosse a encarnação de um “semideus”. Como um “cristo”, o ex-presidente é tido como um inocente perseguido.

Com o mesmo discurso de santificação da injustiça e da perseguição, o atual presidente, Lula, também já foi visto como um “cristo”. Fazer pelos pobres e ser perseguido pelas “forças-ocultas”, o discurso varguista forjou e a história consolidou a generalização dos inimigos.

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, virou outro personagem que incorpora a “força da lei”, se não se sabe se é o que está escrito ou a maneira que ele interpreta. Para uns, um herói, um guardião da legalidade. Para outros, um manipulador do Poder Judiciário a favor de si e de seus aliados.

Culminamos com os invasores dos prédios dos três poderes, se considerando “revolucionários” e praticando vandalismo, dizendo serem o povo e não representam o voto e a escolha legítima. Desrespeitando as instituições.

O povo assiste a luta entre “heróis” e “bandidos”. Cada um faz as suas escolhas e vamos ver qual será o fim da história.

A questão fundamental é: “Onde ficam as instituições?” Elas que sempre foram mais importantes, permanentes, intocáveis. Por que se exalta tanto os seres humanos e não as funções que devem exercer?

A nossa pobreza está em considerar que o Estado, o poder, são pessoas e não a garantia das instituições. A preservação da liberdade e da democracia parece não estar acima de todos e acima de tudo.

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