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Quem anda pelo trânsito das cidades brasileiras, em estradas ou vias públicas, sabe que a maioria dos acidentes são culpa da imprudência dos motoristas. Eles abusam e a maioria desconhece as leis de trânsito. Em cursos de reciclagem para renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é nítido que a maioria é motorista prático e desconhece parte considerável do Código Nacional de Trânsito (CNT).
A formação dos condutores ganha destaque diante da incompetência de grande parte dos motoristas. As autoescolas estão no centro desta discussão. É delas que saem os novos condutores para enfrentar o dia a dia do trânsito do país. Os riscos são grandes quando se tem alguém malformado. O preço pode ser a vida das pessoas. Dos outros, muitas vezes.
Agora, o governo federal suspendeu a obrigatoriedade do uso de simuladores na formação de condutores nas autoescolas. O custo para se tirar a primeira CNH deve cair em até R$ 300,00 no valor final. Para os que pretende iniciar a emissão do documento é uma “alegria”. Contudo, o simulador é importante na formação dos condutores?
Quando o aparelho foi homologado como obrigatório gerou polêmica. Alguns consideravam que sua implantação era uma forma de favorecer empresas fornecedoras do equipamento e aumentar o custo da emissão para favorecer as autoescolas. Agora, a discussão parece um pouco mais ampla, simular é mais viável do que fazer um treinamento com os alunos conduzindo um carro real em pleno trânsito?
No Brasil, muitas medidas já foram tomadas com características de favorecimento a empresas que prestam serviços ou vendem produtos ao poder público. Exigir, por exemplo, determinado extintor ou kit de primeiros socorros para veículos. Muitas empresas já viram seu lucro aumentar com mudanças na legislação.
Mas a questão da formação dos condutores é delicada. Se o simulador foi uma manobra para favorecer empresas quando foi implantado, agora considero ele necessário. Precisamos entender que a simulação evita riscos de uma condução em condições reais. Ele pode corrigir falhas que na habilidade de novos motoristas atrás de um volante em grandes cidades.
Nossa formação de condutores não te a qualidade necessária. Podemos perceber que o que interessa para os que procuram tirar sua primeira habilitação é estarem “legalizados”, ter o “direito” de estar no trânsito. A preocupação de que se tem habilidade ou não fica em segundo plano.
Mais exigência na formação poderia ser uma saída. Muitos desistiriam diante de sua incapacidade ou iriam se qualificar para poderem ter o direito de dirigir. Um veículo automotor é algo sério. Conduzir um carro em uma cidade exige habilidades e conhecimento da legislação. Estas são verdades que devem ser respeitadas se queremos preservar a vida. A pauta principal. Contudo, a felicidade em pagar menos pela emissão da primeira CNH parece falar mais alto, infelizmente.
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