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Na Argentina o governo de Maurício Macri afunda. Vai tentar a reeleição, mas, possivelmente, sofrerá uma derrota para o que combateu com promessas de melhoras, Cristina Kirchner. Os portenhos podem ter a volta do populismo caudilhista de sustentação pública. O estatismo parasitário volta por incompetência da ação liberal.
A questão é: “O Brasil pode viver o que a Argentina vive hoje? ”
Diria que há riscos. Temos no continente uma espécie de caudilhismo esquerdista parasitário que conta com o endosso da ignorância popular. A maioria da população latino-americana nasce, vive e morre as sobras de um poder personalista ou ditatorial que lhes dá o paternalismo de migalhas. O senhor do poder atende ao povo, mas nunca lhe tira da principal miséria, a ignorância.
Não dá, também, as condições mínimas para que a população construa o seu destino dentro de um ambiente social favorável a liberdade, livre inciativa e eficiência. Mantém um parasitismo de resto, onde se atende o básico, a mínima condição precária, e se abava uma educação de qualidade em um ambiente de infraestrutura para garantir a produção de riqueza e o aprimoramento de mão de obra.
Por isso, o próprio discurso liberal deve ter claro que não estamos nos países europeus que fundaram a política libertária. Não vivemos em uma Inglaterra ou França, onde, de forma particular, cada uma destas nações implantaram um estado liberal revolucionário. Nossas emancipações políticas são golpes de poder em sequência. Repetimos com roupagem nova a mesma iniciativa do governo destituído. A receita do estatismo, medidas autoritárias, controle de mercado e favorecimento de empresas afiliadas pelo clientelismo ao poder.
Liberalismo não é isso. Temos que romper com a presença do poder na economia. Há que se permitir a liberdade da iniciativa privada. Porém, de forma séria, garantir que a eficiência se sobressaia sobre a dependência e os acordos. Romper com um poder que se corrompe na própria disputa eleitoral. Na formação de uma casta política que se coloca como única alternativa para a representatividade.
Ainda não fizemos nossa revolução liberal. Muitos, que professam a liberdade estão acostumados a se valer do Estado para benefícios próprios. Para se colocar as leis de mercado em um continente marcado pelo caudilhismo, paternalismo, personalismo, populismo e estatismo, o desafio é imenso. Sempre há muitos vícios.
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