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Liberdade sem dogmas

Quando a Europa viveu a Revolução Francesa (1789), a Inglaterra já tinha passado pelas revoluções liberais do Século XVII. A liberdade já tinha iniciado sua trajetória na queda do Antigo Regime. A sociedade de estamentos se rompia com a implantação das constituições que davam igualdade de direitos aos homens. Ainda não na plenitude que temos em países republicanos na atualidade.

Entre as rupturas que o liberalismo estabelecia estava o discurso teocrático, a interferência da Igreja no Estado. A separação entre os dogmas religiosos e a organização do poder público. Os governos e os privilégios não tinham mais a justificativa do discurso teológico. A fé passava a ser uma opção pessoal, restrita a escolha de cada um.

No Brasil, a influência da religiosidade sobre o Estado, o que chamamos de padroado, o poder do Imperador sobre o Clero Católico, perdurou até o final do Século XIX. Morreu com o II Reinado e a Proclamação da República (1889). Porém, culturalmente, sempre esteve presente na vida do país.

Hoje, muitas das discussões sobre problemas sociais passam por um debate mais religioso que racional. Muitos gostariam de ver o dogma estar acima da lógica normativa, da lei. Temos que impedir isso. Não podemos retroceder. A vitória da liberdade nos permite criar um ambiente de discussão fundado na razão, na livre expressão e ação.

Corremos um risco de iniciarmos o caminho de volta a interferência religiosa na vida econômica e política do país. Abriremos caminho para o radicalismo. Para a oposição sem conciliação. Perderemos o campo do diálogo, da possibilidade de ampliar nossa capacidade de ação, de convivermos com as diferenças.

A religiosidade deve ser uma escolha, professar uma fé é de cada um. Em nosso direito de escolha, ninguém tem que interferir e impedir a nossa opção e ação. Porém, o respeito ao direito de todos é fundamental. A liberdade é um patrimônio comum e condição fundamental de convivência em uma sociedade que deseja respeitar o direito de cada um.

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