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“Liberdade” é uma palavra desejada, todos a admiram, muitos a querem, poucos suportam seu peso. Ser livre é para poucos. Porque todos os atos têm consequências. Os que desejam fazer o que querem nem sempre desejam assumir as consequências. Hoje, se há uma ameaça à liberdade é a imaturidade de quem a reivindica.
A história da Civilização Ocidental foi marcada por revoluções que implantaram de forma árdua o estado democrático de direito. O direito a liberdade de expressão, de ir e vir, de fazer escolhas é garantia constitucional em muitos estados nacionais. Tornou-se reconhecida a existência individual como condição de felicidade. Os desejos da particularidade contam e devem ser respeitados. Porém, sem que firam os direitos dos outros.
Na liberdade que se limita a do outro, porém, a convivência traz conflitos. Não há liberdade plena se não houver para todos. Temos que nos empenhar para dar garantias a todos terem os mesmos direitos. A lei deve valer para todos. A leveza de a legislação permitir tem o contrapeso de impor deveres, de restringir. Assim educamos o cidadão, lhe dando a permissão e comprando as consequências da ação. A condição da maturidade é a percepção das limitações de nossos atos, saber que geramos reflexos na vida alheia.
Repousa nas obrigações um temor há alguns seres da sociedade dos iguais, o peso da liberdade. Ser livre é para uma parte da sociedade uma leveza insuportável. A responsabilidade pelo papel que se exerce vai além do que muitos suportam. A pena por uma atitude do passado acaba sendo chamada de ofensa pelos adultos infantilizados.
Na atualidade há uma onda de benefícios, concessões, excessos normativos que alimentam os temerosos de serem tratados como iguais. O argumento para os subsídios preferenciais se sustenta na dita fragilidade de minorias que muitos gostam de ser associados. O passado pode nos incluir na história da violência praticada e nos dar um “presente” em forma de indenização.
Tem-se que reconhecer os atos de violência que antecederam a igualdade e a liberdade, é fato. Mas nem todas as injustiças da atualidade tem ligação com a brutalidade do passado. Mais que isso, nem todos somos legítimos herdeiros do bem ou do mal feito. A honra de um ser humano ainda é sua independência, autonomia, reconhecimento, sua dignidade. Para isso, é preciso ser livre e agir com responsabilidade.
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