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Todos falam em liberdade. Todos querem ser livres. Reivindicamos o direito de fazer o que queremos sem dar satisfação. A autonomia desejada e sonho comum. Mas quantos estão dispostos a pagar por isso? Ser livre tem um preço.
Na sociedade contemporânea quase tudo está à venda. O que não se compra diretamente, tem seu valor associado a alguma outra coisa. Nossos desejos estão mercantilizados e o pagamento da satisfação coloca limite no sonho de ser livre.
Em passado não muito distante, de duas gerações, ainda se tinha claro que para se ter liberdade é preciso ter renda própria. Arrumar um trabalho, se manter, era o passo inicial para a independência. Contudo, aquele que se aventurava a liberdade pagando suas contas sabia que teria limitações nas aquisições dos sonhos. Ninguém saia de casa, rompia dependência, para ter uma renda maior do que a tinha com a dependência.
Agora, estamos vivendo uma falsa ideia que a independência não está associada a autonomia financeira. A renda alheia se tornou uma obrigação para se manter a liberdade. O dependente quer usufruir de tudo o que o mercado oferece, mas não está disposto a bancar o custo dos próprios desejos.
Não podemos esquecer jamais que o trabalho e a renda são os fatores da autonomia humana. O potencial de ganho é um dos fatores que dá a cada um o valor social de prestígio. A maturidade deve ser acompanhada da emancipação econômica. Se queremos a responsabilidade ela deve ter sempre o peso do custo da liberdade.
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