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O mundo está ficando mais digital. Esta é uma afirmação antiga. Não é novidade. Já vivemos o impacto da Tecnologia da Informação (TI) há um bom tempo. Ela já causou seus estragos.
Na minha juventude, vi as agências bancárias com centenas de funcionários e prédios imensos se deteriorarem. Centrais de processamento de dados que tinham centenas de metros quadrados foram superadas em capacidade de armazenamento de dados por um aparelho digital móvel que cabe nas mãos.
As manifestações dos bancários já foram um movimento social relevante pelo impacto e volume de seres humanos que interferiam diretamente na vida da cidade. Uma greve dos bancários era um espetáculo impossível de não ser notado, hoje é uma concentração que os menos atentos não percebem.
Quantos não perderam seus postos de trabalhos que tinham anos de atuação por novas formas de relacionamento produtivos. As pessoas se tornam dispensáveis para atender a demanda de outras pessoas. A lógica não é nova. Contudo, nem todos estão preparados para ela.
Quando milhares de bancários perderam seus postos de trabalho em um prazo de 10 anos com o enxugamento das agências e dos processos de compensação e transação financeira, para muitos deles era o fim de uma vida inteira. E era mesmo. Doloroso ver profissionais de décadas de carreira ficarem perdidos e muitos perderem a condição vital de sobrevivência.
Há inúmeros casos dos que superaram os limites e se reinventaram e os que faliram e não conseguiram superar os obstáculos trazidos pelas novas tecnologias. Somos propensos a cumprirmos os mesmos rituais, insistirmos, mesmo quando eles não surtem mais efeitos.
Com a pandemia, a tecnologia se tornou a solução. As empresas de TI cresceram absurdamente em importância no cenário econômico e nas relações sociais. Não para todos, mas afetando a maioria de alguma forma. Não poderemos superar nossas necessidades sem o aprimoramento das relações de produção da vida. Assim que chegamos ao grau de desenvolvimento da atualidade.
A preocupação maior é com o abismo dos que vão ficando para trás. Aqueles que não têm acesso, por vários fatores, aos meios tecnológicos de produção. As condições de qualificação. As possibilidades de escolha reduzem demasiadamente diante da ausência dos meios básicos de informação e integração social.
Por isso, nada disso é novo. Por mais que a sensação de viver um momento único, de estarmos diante de uma revolução, é marcante. Porém, não é real. Não é a história se repetindo e sim a tendência da sociedade humana diante das exigências que a vida fundada na racionalidade lógica gera.
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