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Meios de comunicação e renda tem uma relação direta na formação brasileira. Onde há riqueza a notícia está presente. Os meios de comunicação são um empreendimento que atuam diante da possibilidade do retorno financeiro. A filantropia tem pouco espaço no meio da informação.
Claro que esta condição não tira de muitos dos meios de comunicação um compromisso de conduta ética. Tem inúmeros meios de comunicação que cumprem um papel fundamental na vida dos brasileiros. Porém, não é regra, ainda mais absoluta.
Esta condição já é uma dificuldade pelo poder que os meios exercem na vida das pessoas quando são a fonte de informação ou deformação da realidade. O controle sobre estes meios é sinônimo de poder.
Em regiões mais pobres a comunicação depende de meios para se ter o conhecimento a respeito da realidade local e entendê-la dentro de um contexto regional ou nacional. Quando este meio de comunicação está a serviço de um ou alguns, esta condição de esclarecer, informar e conscientizar está comprometida.
Na história brasileira, no mando dos coronéis, há regiões onde o controle sobre o jornal impresso, que por sinal está em decadência, era fundamental. Sobre as rádios, concessões dos próprios senhores do lugar, como afirmava Cacá Diegues, fazia o se papel. Ser a “voz do dono”, como fala a canção de Chico Buarque.
No Paraná ainda existem cidades que não tem meio de comunicação sediado no município. São 44% das cidades paranaenses. Mesmo o Sul do Brasil concentrando 26,5% das empresas de comunicação do país, a região tem apenas 15% da população. Uma questão de renda associada ao poder de decisão.
Há muito o que se fazer para democratizar a comunicação, a informação, e promover qualidade naquilo que representa o jornalismo no Brasil. Porém, deve ser um exercício constante.
Na sociedade que temos, vivemos mais do espetáculo do que da notícia. Se faz mais o exagero do que se relata o fato e o compreende com racionalidade. Em determinadas regiões, se manipula a informação e se muda a lógica das coisas para que elas pareçam o que não são.
Por isso, mais do que meios de comunicação, o que os brasileiros precisam é de informação e qualidade na análise dos fatos. Conhecer e saber do que se fala e não transformar o detalhe em relevância. Também, temos que tomar cuidado com o abandono do relevante porque não somos capazes de compreendê-lo.
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