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No Brasil o sonho é ser funcionário público. Assim, uma parte considerável da população economicamente ativa (PEA) determina seu desejo profissional. Ter uma carreira e estabilidade dentro da máquina do Estado. Garantir que a segurança de uma vida profissional se realize ao longo de anos.
O corporativismo sindical tem entre os funcionários públicos um campo fértil. Na defesa de seus interesses o corpo de funcionários se movimenta e nivela a função pela baixa produtividade. A garantia de se manter na função gera um efeito de inércia, fazer o mínimo e ganhar o máximo. A questão da produtividade se transforma em retórica política. O governante cede à força do corpo de funcionários para garantir a governabilidade.
Não por acaso a busca de ser funcionário público permite engrossar a força que emperra a o funcionamento dos serviços públicos. A necessidade de servir a população fica em segundo plano em detrimento dos impasses e desejos do corpo de funcionários. Os próprios gestores desprezam esta função.
A lógica perversa do corporativismo acaba por impedir a valorização da eficiência. Os mais competentes ficam desanimados diante de uma igualdade de tratamento injusta. Os incompetentes nunca são punidos e conscientizados da deficiência de seu trabalho. Enquanto não existir uma possibilidade de medir e remunerar por eficiência, ter o poder de demitir por improdutividade, teremos um serviço público ruim, de má qualidade.
O discurso de que faltam recursos para determinadas áreas dos serviços públicos, saúde, segurança e educação, são fatos. Mas uma ilusão desconsiderar os vícios do funcionalismo. O quanto ele contribui para que os recursos sejam mal aplicados. Se perde dinheiro com produtividade baixa tanto quanto com a corrupção. Produzir pouco é também uma forma de se corromper a função.
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