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Imigrantes também somos nós

O Brasil é uma país formado pela imigração. O deslocamento humano é a condição que nos formou, assim como a grande maioria das nações no mundo. Somos sempre instigados a ver a pátria como um campo fechado, isolado ou blindado ao estrangeiro. Mas a grande maioria de nós somos filhos deste “estranho”.

A constante de deslocamento humano se explica de inúmeras formas. A mais comum é a busca de sobrevivência ou a realização do sonho. O imigrante não sai de seu país de origem por acaso. Em grande parte, há uma mão invisível que o empurra. Ninguém migra por que quer. Os conflitos armados e crise econômica são os principais fatores do processo migratório. Logo, sair do país não é uma escolha, mas, em muitos casos, a única saída.

Os que chegam, nem sempre são bem-vindos. Considerados “invasores”, são visto como ameaça ao bem-estar dos “nativos”. Eles incorporam o medo, a concorrência, a culpa pelo fim da paz. Nossa visão limitada do processo migratório nos coloca na defensiva. Devemos aprender a superar isto. A ameaça muitas vezes não vem de fora, está entre nós. O problema de nossa sociedade não está quando o estrangeiro chega, mas fica mais exaltado com a sua presença.

Uma instituição de ensino superior de Maringá oferece curso profissionalizante aos imigrantes. Busca qualifica-los para permitir o ingresso no mercado de trabalho. Dar ao que muitos chamam de estrangeiro o direito de viver em um novo lugar e com oportunidades. Isto que precisamos. Gerar condições para que as pessoas sobrevivam e superem as limitações que a condição que as fizeram imigrar gerou. Esta é uma atitude de resposta que ameniza conflitos e não os inflama.

Qualificar é fundamental, dar dignidade é condição primordial para se superar qualquer obstáculo. O que temos que entender é que o estrangeiro se torna uma ameaça, assim como qualquer um de nós, por não podermos garantir a nossa própria sobrevivência e não termos inclusão dentro do ambiente em que vivemos.

Nossos próprios filhos se tornam um problema quando não garantem o seu futuro e residem eternamente na casa dos pais. Entre nós há um grande número de pessoas que não são integradas ao mercado de trabalho e sofrem com isso. Não é uma questão de território patriótico, mas das pessoas que constroem oportunidades onde quer que estejam.

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