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Respeitar os outros, considerar que não se sabe tudo e defender a dignidade alheia, não é abrir mão de seus próprios direitos. Para muitos, aqueles que respeitam os que não são respeitados são considerados otários.
Quantos que tratam como otários os que perdoam e respeitam os que humilham. Consideram-se fracos os que suportam situações humilhantes para defender o que acreditam. Nos tempos de radicalismo, qualquer busca de convivência sem imposição é sinal de submissão.
Pode parecer ridículo, mas grande parte dos que agridem são agredidos. Pessoas que têm falta de convicção e aprenderam que só tem valor os que expõem suas virtudes. Não percebem que virtuoso é o que não necessita anunciá-las pois os mais atentos percebem a riqueza de caráter e respeito pela simples convivência.
Não nascemos sabendo. Somos permanentemente incompletos. A verdade não é construída pela particularidade de um indivíduo. Ninguém em si detém a resposta para todas as coisas. Há o aprendizado constante e nos outros muito do que não sabemos. Logo, sou apenas uma parte da realidade que cerca. No humilde a dúvida é companhia constante mais que a certeza.
Contudo, se idolatra senhores da verdade. Nos apaixonamos pela estética afirmativa da resposta. Somos iludidos pela aparência do sucesso e consideramos que conquistas se resumem na materialidade do troféu. Esquecemos que se compra o símbolo da glória e se conquista a condição que glorifica a conduta do humilde.
No mundo recheado de aparências virtuosas, não se tem critério para perceber, reconhecer e valorizar a verdadeira virtude.
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