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Quando a economia cafeeira predominava como principal atividade no Norte do Estado, a Companhia de Terras Norte do Paraná projetou a construção de um hotel de grande porte para receber pessoas interessadas no negócio de terras e produtos da chamada “frente pioneira”. Planejado para ser uma grande edificação, foi projetado pelo arquiteto José Augusto Belluci, o qual projetou a Catedral. As duas obras pareceram idealizações ufanistas. O hotel não foi executado por inteiro, poderia ter mais pavimentos, mas a Igreja foi até o fim.
O Hotel marca a história da cidade não só como um lugar de receber visitantes, mas de eventos importantes, marca a busca da modernização que a cidade vivia, marca a euforia dos tempos da lavoura cafeeira e seu significado. Quando a cidade fez 10 anos, um ano após a inauguração do Maringá Bandeirantes Hotel, a edificação era um sinônimo da modernidade.
Fechado há mais de 20 anos, o prédio foi adquirido por uma empresa que desejava destruí-lo e fazer um empreendimento imobiliário no local. O que foi frustrado com a decretação do edifício como patrimônio cultural do Estado, em 2005. Desde lá, há uma luta entre o interesse privado, o poder público, a busca da lucratividade e a importância social do patrimônio. Vale lembrar o mobiliário do hotel que foi retirado do edifício e sabe-se lá o fim que teve.
Com o decreto do Governo do Estado e a transformação do Hotel em museu, a desapropriação pode se acelerar. Uma vitória da cultura, da memória, do respeito à dinâmica do espaço urbano que tem um passado. No decreto estadual há uma sugestão para a sustentabilidade do espaço, para mantê-lo, o que é uma questão fundamental.
O temor é ver um patrimônio cultural, um museu, nascer e ao longo do tempo morrer por abandono. O que aconteceu com o Museu Nacional deve servir como um alerta na criação de novos espaços. O papel tudo aceita, é um começo, mas a prática de construir e preservar uma ação e suas consequências é fundamental.
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