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Somos educados para o consumo. Vivemos na tenra idade a convivência com as coisas mais do que com as pessoas. Aprendemos que as coisas dão sentido à infância mais do que a criança. Não é apenas o símbolo de uma idade, é a condição de ser da idade que se atravessa, ou mesmo de se prender a ela.
Se a infância tem seus consumos, há quem queira viver a eterna infância e assume sua lógica e suas coisas. Aprendemos que a liberdade de escolha é também ficar preso ao tempo que desejamos. Envelhecer pode ser uma eterna juventude, não só na alma, ou além dela, nas coisas.
Se no passado os objetos representavam o sentido da vida, hoje eles são os educadores deste sentido. É o que chamamos de “pedagogia do consumo”. Educados para ao “ter”, “ser”. Olhar para o ser humano e entendê-lo como uma extensão do objeto.
Os ambientes carregados de simbolismo estético, de mensagens aparentemente profundas, mas que vinculam a lógica à coisa se propaga. Invadem nossas vidas, nosso ambiente doméstico, o banheiro. A casa ou apartamento associa conforto a estética. O estilo fala por si e pelas pessoas que habitam o ambiente.
Voltando a infância, nos vemos cercados pelos objetos. Convivemos mais com eles do que com seres humanos. Se temos convivência com outras pessoas, é através deles, das coisas. Não por acaso não conseguimos desassociar a lógica do bem de consumo ao ser que, consideramos normal, desejamos consumir.
Por isso, aos poucos, o ser humano a nossa volta vai desaparecendo e se transformando em um objeto, pronto para ser consumo e condenado a ser descartado.
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