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Home-office para poucos

O trabalho remoto se tornou uma saída viável e necessária para muitas empresas e empregados para poder conter a Covid-19. Melhor ficar em casa do que correr o risco de um ambiente onde o vírus circula e tem capacidade de contaminação elevada. Porém, esta condição não representou a maioria dos trabalhadores brasileiros. 

O trabalho em casa não é algo novo para 3,8 milhões de brasileiros que já tinham este modelo de trabalho. Os números são de 2018 e o levantamento é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Logo, se levarmos em consideração que hoje 7,5 milhões estão em home-office, a tendência não significa uma mudança para a maioria dos trabalhadores brasileiros.

A vontade de trabalhar em casa é uma tendência dos trabalhadores dos mais diversos setores onde a atividade é possível. Segundo uma pesquisa da Buffer, de 2019, 98% têm o desejo de experimentar pelo menos uma vez esta forma de trabalho. Mas, entre a vontade e a realidade há uma grande diferença. 

Hoje, 49% das pessoas em atividade profissional poderiam optar pelo home-office. Seria para 55% dos desempregados a forma de trabalho ideal, segundo pesquisa do Instituto Ipsos. Porém, há uma falta de estrutura tanto por parte das empresas como da condição privada dos trabalhadores. 

Há uma tecnologia entre o viável e o inviável

A possibilidade de um trabalho mais seguro e com maior produtividade tem como fronteira do possível a capacidade tecnológica. O conhecimento que se traduz em ações produtivas passa pelo domínio e condições de meios que viabilizem a eficiência da atividade. Investimos pouco nisso. As empresas brasileiras ainda resistem em pensar a Tecnologia da Informação (TI) como uma necessidade real. 

Segundo levantamento da Owl Labs, feito em 2019, mostra que a satisfação de quem está trabalhando em home-office é de 71%. Os trabalhadores que não estão nesta modalidade têm uma satisfação de apenas 50%, segundo a pesquisa. Tecnologia bem usada e no lugar certo tende a ser produtiva. 

Mudanças qualitativas acabam por estimular resultados em um período em que as empresas estão vivendo o desafio de se manter funcionando dentro de uma crise sem precedentes. Para algumas, a pandemia demonstrou possibilidades, contudo, com necessidade de mudanças. TI teve papel vital nestas ações que refizeram e geraram possibilidades para superar as limitações com as restrições que a prevenção ao novo coronavírus apresentou. 

Logo, a pandemia acentua um divisor de águas entre possibilidades profissionais. Em um momento que falamos tanto de um “novo normal”, esta condição pode significar a abertura para uma nova percepção do trabalho e sua capacidade produtiva. Porém, temos que nos preocupar em dar condições a maioria dos trabalhadores de poderem se aprimorar para serem incluídos entre os que têm acesso a tecnologia e mais opiniões.

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