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Heróis são humanos

Loucura ou realidade? Tempos de se perder o bom-senso. Minha mãe sempre dizia, menino, “mentira tem perna curta”. Um ditado que sempre me pareceu coerente, quase que profético. Não adianta esconder a verdade que uma hora ela aparece, pior, não adiantar mentir, criar uma versão falsa sobre as coisas, não dura muito tempo.

Esta frase dita por tantos, gerava um certo alívio para quem sabia que com o tempo as coisas iriam se esclarecer. A maturidade nos traria o conhecimento e permitiria ações mais sábias, pautadas nas coisas como são e não como alguns gostariam que fosse.

Porém, já faz muito tempo que vivemos mentiras. E elas não passam, se multiplicam. O número de adeptos da mentira cresce e o mais absurdo, acreditam que estão falando da verdade. Agora, gritam e se incomodam resistindo em renunciar à alucinação.

Os que falo aqui, são adultos. E eles já tem uma certa idade. Não combina aparentemente com a idade avançada que alguns deles tem. Mesmo vividos deixaram de aprender certas coisas fundamentais na vida.

Uma demonstração de mentiras que viram verdades é a história, aquela que aprendemos no banco da escola, seria uma verdade? Novos documentos vêm demonstrando que os heróis pátrios, tidos como perfeitos, no fundo são humanos.

Ontem participei de um debate sobre os personagens da Independência com os historiadores Verônica Ipólito e Augusto Moretti. Repassamos através de documentos alguns dos fatos que marcaram a história brasileira. Um deles, foi José Bonifácio.

Moretti analisou o personagem e sua trajetória através de documentos e demonstrou os dois lados de um ser humanos comum. O quanto o “patriarca” da Independência é um personagem exaltado de forma exagerada, por mais que tenha seus méritos.

Porém, na escola a história literalmente é outra. Ficamos com o herói e esquecemos que os grandes feitos são obra humana, talvez por isso a população e sinta inútil diante da necessidade de mudanças por não se considerar capaz de fazê-la. Ficamos o tempo todo valorizando os mitos e deixamos de relatar que a história é feita por pessoas comuns.

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