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As pessoas falam da violência, consideram que o que passam é desumano. Temos que respeitar isso. A dor de quem viveu o conflito. Mas os que estão enviados nele não tem a dimensão do que ele representa. Viver um problema não é ter o melhor lugar para analisá-lo.
Há uma diferença considerável entre quem vive a situação e os que podem avaliar o porquê ela ocorre. Quando falamos deste conflito em Israel, agora em guerra com o Hamas, há que se ter cautela.
O terrorismo por parte do Hamas é indiscutível, isto é fato. O grupo é extremista e provoca uma guerra desumana e com peculiaridades de sadismo. Nas guerras se desperta o lado sombrio dos seres humanos. Basta se dedicar a buscar leituras sobre o cotidiano dos inúmeros conflitos que a humanidade viveu e você verá relatos ao longo do tempo de práticas de agressão extrema.
Os lados sempre justificam a necessidade de revidar, há contas a acertar. Os rancores tendem a aumentar com a lista de agressões de lado a lado. A cada violência praticada o revide será intenso e a justificativa já está dada: “não se pode deixar por isso mesmo”.
Assim, agredir vira obrigação de quem nasce sobre uma égide do culto a vingança ou ao permanente inimigo.
Em áreas de conflito que se organizaram em ambientes de agressão e desprezo, o sentimento de vingança é cultuado. A agressão que se pratica tem sempre uma justificativa. Nossa desgraça tem sempre o mesmo culpado, logo, qualquer agressão que se pratique não há que se sentir culpa.
Não pense que esta visão é exclusiva dos que estão em áreas de conflitos históricas, das guerras tradicionais. Elas também fazem parte do cotidiano nas grandes cidades. A população periférica, marginal e que vivem em áreas de risco, também tem seu ódio alimentado diariamente.
Nós também temos a nossa facha de Gaza, nosso terrorismo doméstico marcado de ações de violência de lado a lado. E nem sempre os dois lados são ouvidos da mesma forma e com o mesmo espaço.
Temos que nos preocupar com os ataques do Hamas a Israel, há que se lutar pelo fim da guerra entre Ucrânia e Rússia. Mas, lembre-se, há conflitos em nossa casa e eles precisam de nossa atenção.
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