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Ontem o Palmeiras recebeu a taça de campeão brasileiro de 2018. A equipe do Palestra participou do evento da entrega do troféu logo após o jogo contra o Vitória. O Verdão venceu por 3 a 2. Foi o décimo título da equipe paulista.
Porém, o evento da entrega do troféu teve um momento diferente. O presidente eleito Jair Bolsonaro, palmeirense, estava lá. Assistiu ao jogo e desceu ao gramado para entregar medalha aos jogadores e troféu ao capitão da equipe. Era encontro entre o líder associado a um dos maiores símbolos nacional, o futebol.
A relação não é nova. A paixão pelo futebol nasceu primeiro, mas não em todo o país. O Estado, na era varguista, entre 1930 a 1945, fez da bola, do gramado e da chuteira ingredientes pátrios. A criação de um campeonato nacional e o investimento na seleção deu ao país a construção da relação entre poder e o esporte.
O ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva tinha sua paixão. Getúlio, Juscelino, Médici, enfim tantos outros buscaram a relação com a bola. Algumas bem sucedidas e outras não. Mas nunca se negou o quanto o país se eleva com a representação entre o futebol e o poder.
Ovacionado, ontem, Bolsonaro, ironicamente, ou não, torce pelo maior rival do Corinthians, time do coração de Lula. O que se estabelece nos debates do poder ganha força e simbologia no esporte. Natural, comum, faz parte da democracia.
Mas, há um “porém” na relação entre o poder e o esporte, entre o governante e o futebol. A lógica que mantém um não serve para analisar o outro. O que conduz a vida de uma equipe, derrotas e vitórias, não se estabelece em relação ao governante. O destino do time não será o mesmo da pátria.
Nada incomoda mais, e isso já foi retórica comum, do que comparar as decisões do governante com a de um técnico de futebol. Falar do desempenho da equipe no gramado com o país em relação à economia. Este discurso populista e “populesco” tolo dá a aparência de entendimento de como funciona a administração pública, mas é mentira e engodo. A ilusão sedutora de manipular a ignorância popular para encobrir a incompetência na administração pública.
Não vamos confundir a paixão com a razão. Há por de trás da manutenção do poder e da governabilidade relações e ações distantes daquela dos gramados. Mesmo com os atos dos cartolas e as negociatas do tapetão. Os resultados das partidas são menos manipulados do que os de uma nação. No futebol a regras claras, árbitros que se enganam de forma humana, mas que pouco interfere no resultado final. No país e seu governo, a lógica é outra, com resultados bem diferentes.
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