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Quem não quer ser feliz? Mas a felicidade é um sentido particular. O momento de ser feliz é uma vivência, não uma condição permanente. Há um sentido de ser feliz, mas ele poderia ser construído. Buscar algo que dê longevidade a existência. Logo, Aristóteles tinha razão. A felicidade é uma condição que para o homem virtuoso pode ser momentânea, mas só tem sentido se for conduzida pela razão.
A felicidade mesmo não sendo permanente não pode ser buscado no instinto humano. No desejo imediato. Naquele sentimento que se dá pela ação e reação sem uma construção elaborada do que se deseja. Podemos considerar então, que a felicidade pode ser construída de valores superiores.
Hoje, temos a felicidade, sentimento de satisfação, como uma futilidade vendida nos mercados. Colocada à venda nos produtos de consumo, nos objetos de desejo. Tropeçamos na felicidade em forma de objetos nos corredores dos supermercados, nas vitrines dos shoppings. Assim, esta felicidade se constrói de forma perigosa. Ela é pueril. Nada gera de maior e, o que é pior, dá ao ser humano a sensação animalesca de ser alimentado em doses homeopáticas de uma realização sem sentido.
Precisamos construir da felicidade algo maior. Como Aristóteles, fazer da racionalidade uma construção mais elaborada da existência, mesmo que motivado pela emoção, mas não se deixar ser governado por ela. Aquele que é conduzido exclusivamente pela emoção cega. O apaixonado não vê o seu objeto de desejo, constrói uma imagem e lança sobre ele. Ama, no fundo, a si mesmo.
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