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O secretário de Saúde de Maringá, Jair Biato afirma que o poder público municipal, praticamente em todo o Brasil, paga até três vezes mais por produtos do que uma instituição privada. Isto, segundo o secretário, dentro da legalidade. Lembrando que neste período de pandemia o poder municipal tem feito compras sem licitação. O quanto deve estar pagando?
Juliana Lenza, presidente do Observatório Social se mostrou preocupada. Apontou duas irregularidades na fala do secretário de saúde. A primeira é o desconhecimento sobre as regras de gastos públicos, afinal, ele afirma uma ilegalidade. Ele também não demonstra prezar pelos gastos públicos.
O fato assusta. A exposição feita pelo secretário nos causa indignação. Mas não é um fato isolado ou novo no Brasil. Nossa grande diferença em Maringá é a presença do Observatório Social que acompanha com mais atenção e nos serve de referência e alerta. Nos permite ter uma dimensão das práticas feitas pelo poder público municipal. Mas ele não existe em todo o país, deveria.
Não podemos esquecer que a história do poder público no Brasil é marcada pelos excessos. Neste período de pandemia as denúncias com compra de produtos hospitalares habita os noticiários. O momento é para alguns de preocupação e para outros de oportunidade de cometerem abusos. O que não significa que em Maringá isto ocorra ou que seja na mesma dimensão. Mas já ocorreu.
O espírito escroto de quem deseja se beneficiar da máquina pública já fez fortuna para muitos no país. Os casos são incontáveis. Maringá viveu a décadas atrás esta história que se transformou em escândalo nacional. Uma prática romanesca que para alguns não há que ter o menor critério já que se naturaliza e motiva o ingresso na vida pública.
Esperamos que não seja nada disso que o secretário de saúde quiz expressar em sua fala na câmara municipal. Que tenha sido apenas um dito impensado, fora de lugar, descontextualizado. Contudo, a prática do poder público pagar mais por produtos e serviços do que o preço de mercado não é nova e já fez fortuna para muita gente no país.
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