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Quando o crime compensa? Quando a impunidade acaba se tornando uma prática comum. Ao percebermos que a tão esperada “justiça” tarda e falha. No Brasil há inúmeros exemplos disso. Desde grandes crimes, homicídios cotidianos, a pequenos furtos por motivos vulgares.
O relatório Meta 2 – A impunidade como alvo e Investigação de homicídios no Brasil – mostra que 90% dos assassinatos não são solucionados. Lembrando que o país tem a segunda maior taxa de homicídio da América Latina, 30,5 por 100 mil habitantes. Perdendo apenas para a Venezuela, 56,8 para cada 100 mil.
Em um ambiente como este a vida custa muito pouco. O desprezo pelos direitos dos seres humanos se demonstra diariamente. Não só na prática do homicídio que não é punido. Na relação que se estabelece com as pessoas e o próprio estado dá o exemplo. Desprezo ao não cumprir o que é de direito do cidadão.
Pessoas vivem em condição de risco e já naturalizam o desprezo. Na periferia o herói é o bandido, o malfeitor. Entre os chamados civilizados, os bem-sucedidos, os vitoriosos são os que se aliaram ao poder público, viraram mito político ou aqueles que pela manhas e artimanhas se transformaram em poderosos. Ricos pela esperteza e não pela competência.
Pessoas mal educadas são consideradas personalidades fortes. A falta do bom hábito é natural. Ser grosso e impositor, ofender, falar o que pensa e mesmo sem pensar é tolerado. Nossas lideranças se impõe pelo mando e não pela qualidade de conduzirem de forma coerente as pessoas há um lugar melhor.
O absurdo deste país violento e injusto é que muitos dos agentes da estupidez ajoelham e rezam. Se dizem temente a um Deus e gritam pelas regras religiosas. Muitas igrejas estão cheias de assassinos e ladrões.
Logo, não é de se admirar que o país é violento e a impunidade uma prática costumeira. Todos os dias desprezamos a vida humana e consideramos que a resposta para a agressão é agredir.
As pessoas dão sentido a sua vida no meio em que vivem. Nas relações diárias vamos nos educando a entender quem somos e o que devemos fazer de nossa vida. Não podemos construir dignidade onde o indigno dita as ordens.
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