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Países com estado que tutela a população tendem a manter a concentração de riqueza. A história nos condena, neste sentido. Nossa formação, de herança portuguesa, sempre demonstrou o quanto a tutela do Estado nunca permitiu o desenvolvimento de um capitalismo competitivo e que valorizasse de fato a livre iniciativa.
Nossa principal fonte de exportação, o agronegócio, que nos acompanha desde a formação do povoamento colonizador e lhe deu sentido. É uma concentração agrária que teve em poucas regiões a formação de pequenas propriedades. Elas sempre foram ocasionais e viviam de forma marginal a grande propriedade.
No Paraná e em parte dos demais estados do sul do país, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a formação de pequenas e médias propriedades acaba por valorizar empreendimentos produtivos. O cooperativismo tem uma relação direta com este ambiente.
Para se ter uma ideia do crescimento da desigualdade no país, segundo dados do Índice de Indicadores Sociais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os 10% mais ricos tiveram um aumento de renda, em comparação com de 2018 com 2017, de 4,1%. Já os 40% mais pobres, no mesmo período, tiveram uma perda de 0,8%. Esta tendência cresceu nos últimos 10 anos.
A raiz desta questão está na nossa formação com a interferência constante do Estado no subsídio à riqueza e à pobreza. Se por um lado o enriquecimento de grandes capitais se dá com as benesses do Estado que contrariam o livre mercado, por outro, a dependência de uma grande parte da população miserável a mantém inerte por dificuldade de qualificação.
O estabelecimento de uma política de manutenção constante da precariedade colabora para a dependência dos mais pobres de políticas públicas sem resultados práticos de superação da dependência. A miséria fica à mercê dos mandos de representantes públicos que fazem carreira financiados por conglomerados que ganham com o subsídios públicos, facilitações e benefícios no acesso a recursos públicos.
Uma sociedade que não valoriza o mérito e sim a submissão. Enquanto alimenta parte dos mais ricos como sócios, os mais pobres vivem das migalhas para serem úteis na legitimidade de um poder que se torna representativo de uma desigualdade que tutela.
Precisamos valorizar as pessoas, incentivar a livre iniciativa, apostar na inovação, defender a propriedade é um processo de privatização honesto e justo. Que permita a atuação de empresas privadas com eficiência e resultado. Não os favores que os contratos de concessões já deram ao longo da história daqueles que descansam incompetentes e inertes à sombra da “árvore” frondosa do Estado.
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