Precisamos compreender que o que está a nossa volta não se explica de forma superficial. Estamos sempre a busca de uma explicação rápida sobre as coisas. Esta explicação não existe. Se ela nos convence, acaba por limitar nossas ações a uma mera reação dos fatos que nos cercam.

O que temos que fazer, e urgente, é entendermos o que sustenta as relações a nossa volta de forma substancial. Há uma relação complexa por de trás dos fenômenos que estamos vendo. O “efeito iceberg” muitas vezes engana. Acreditamos ter a certeza do que está a nossa frente como a totalidade, mas há algo imerso, que foge aos nossos olhos.

Veja o exemplo da violência cotidiana. Ela pode atingir a todos nós. Todos estamos sujeitos a uma agressão desmedida. Há seres humanos agressivos, mal-intencionados que estão pelas ruas. Alguns estão próximos de nós e nos apunhalam pelas costas. Não podemos nos livrar desta condição. Não há sociedade de seres perfeitos.

Se queremos entender e agir para combater a violência, há a necessidade de agirmos com o máximo de racionalidade. A vingança pode estar a flor da pele para quem sofre ou vê uma pessoal próxima sofrer uma agressão. Quantos não gostariam de fazer a “justiça com as próprias mãos”. Mas em uma sociedade como a nossa, fundada na legislação, na condição coletiva de existência em uma cadeia de dependência complexa, não podemos reagir instintivamente. Algo tem que nos deter.

Para garantirmos a civilização é fundamental a compreensão mais profunda da essência do que nos cerca. Temos que entender de maneira mais inteligente o que está a nossa volta. Darmos um passo para uma direção onde os dilemas se resolvam de forma segura e não com uma sensação de solução rápida que traz posteriormente uma consequência pior.