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Duas correntes filosóficas que chamam a minha atenção são o existencialismo e o liberalismo. Claro que os antagonismos entre as duas formas de ver a vida humana existem. O liberalismo clássico condena a subjetividade e valoriza a objetividade da vida. Somos o ato, a ação concreta. Neste ponto, o existencialismo converge, mas não considera a ação da mesma forma. Há um ser por de trás do ato.
O existencialismo questiona a ação com a essência. Com a escolha. E ela vem da orientação para a ação. Se a objetividade denuncia a escolha, o que a faz ser feita vem da negação de apenas ser. As pedras são, a árvore é, a cadeira e o papel são. São em si. Mas, são para si? Nesta condição só o ser humano tem a resposta e o sentido da ação.
Nossa liberdade de escolher nos faz jogados no mundo. Somos na condição histórica que nascemos. Nada pode nos fazer se desfazer desta condição. Ela é além de nós. Por isso, somos condenados a liberdade. Podemos viver uma escravidão. Mas nada impede nossa decisão de aceitar ou não a prisão. Lutar para sair do cárcere, mesmo sem ter sucesso, é a demonstração pela ação que luta contra o que a vida condena.
Se somos livres, a liberdade nos responsabiliza das consequências do ato. Mas até que ponto somos responsáveis pelos outros? Não quero aqui endossar a lógica de Saint-Exupéry, a qual considera que nós somos eternamente responsáveis por quem cativamos. O liberalismo clássico não confirma esta lógica. Se nos responsabilizamos pelo ato, não somos responsáveis pelas pessoas. Porém, temos consequências de suas ações e reações.
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