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A coisa não anda boa mesmo. O endividamento das famílias brasileiras aumentou e já é o maior em 12 anos, segundo um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Os indicadores mostram que entre fevereiro de 2021 e fevereiro deste ano o endividamento das famílias aumentou 10,5%. O crescimento de janeiro para fevereiro foi de 0,4%, chegando a 27% dos lares brasileiros endividados.
Os fatores são redução da renda, juros elevados e a condição estreita de negociação e renegociação de dívidas. Dando uma margem muito estreita para que as pessoas possam sanar seus débitos ou colocá-los dentro de um planejamento familiar razoável.
O ambiente não é bom e tende a deixar incertezas. Se estamos com o endividamento aumentando, a redução na geração de emprego não traz segurança. A maioria das novas vagas de trabalho são informais. A possibilidade de ter um trabalho aumento e de mantê-lo não é garantida.
Em um ano de eleição há a incerteza. Investimentos dependem de segurança e o que estamos vivendo neste momento é uma incerteza, tanto no cenário interno como externo. A guerra em andamento no leste europeu não ajuda e a pandemia também não.
Se o contexto parece difícil, não podemos deixar de ver o lado bom da coisa. Em um país como o Brasil, há sempre uma recuperação rápida quando as variáveis melhoram. Ainda somos uma nação com setores que apontam para estabilidade, quando a pandemia estiver supera e o ambiente internacional mais estável.
Porém, para quem vive o dia a dia não é uma tarefa fácil ter que esperar o bom tempo. As vezes não há esta possibilidade. Uma grande parte da população brasileira não tem reservas e vive da e pela sobrevivência diária. Sempre está com pouca condição de uma barganha melhor de rendimento e se sujeita ao que tem. São nestas condições que a dignidade vai para o ralo.
A miséria e parceira da violência, tanto quando a falta de qualificação da perda de dignidade. Enquanto as pessoas não tiverem autonomia financeira e qualidade pessoal e profissional para construir um caminho que seja de escolhas e não de ameaça, nossos problemas mais profundos não vão se resolver. O endividamento, neste caso, é apenas um ingrediente em uma vida de cotidiano indigesto.
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