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Em terra de “louco”, mentiras são relevantes

A verdade sempre teve versões. Mas, nunca foi negada quando comprovada diante de multidões. Você pode dizer que ainda hoje tem quem afirme que o holocausto judeu não existiu e outros que dizem que a terra é plana. Alucinações.

Há os que defendem que as torres gêmeas foram derrubadas pelos norte-americanos, Osama bin Laden não morreu, assim como Hitler. As chamadas teorias da conspiração.

Estas afirmações nos distraem, viram séries de tv e acabam por alimentar o imaginário social. Fazer de um fato deste uma sustentação ou lógica para determinadas ações ou posicionamento sempre foi visto como um excesso pela maioria das pessoas.

Agora, alimentar mentiras, construir uma lógica da alucinação, afirmar como verdade o que ouviu dizer, se transformou em argumento sério e relevante na condução de nossas vidas. Como debatemos mentiras ou afirmações que não se comprovam.

Não estou falando somente da campanha à presidência da república. Considero ela apenas uma expressão de nossas alucinações. O delírio já acontecia antes e ganhou potencial com os fatos que nos abalaram nos últimos anos, pandemia e campanha política.

O descrédito no Poder Judiciário é uma demonstração desta alucinação. Da fantasia e fofocas que agora são tratadas como verdade. A conversa de boteco virou argumento e ganhou páginas de destaque e notoriedade.

Mas, por que isso acontece?

Eu acredito que o nível do ser humano é expresso quando observamos as suas preocupações. Sua lógica denuncia seu caráter. O que considerava relevante denuncia seus princípios. E não estou falando da demagogia pronta, mas da atitude prática.

O nível da educação geral se rebaixou e aquilo que sempre foi distinto da ciência, do conhecimento, da racionalidade agora se misturou. A fantasia e o delírio estão sendo considerados argumentos válidos.

Ou recuperamos os seres humanos e lhes damos educação científica, racional, lógica, ou ele vai mergulhar em um delírio perigoso que o levará a insanidade e a violência extrema.

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