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Paixão e ódio são duas coisas perigosas. Levam ao extremo e cegam as pessoas. Quando estamos apaixonados tendemos a colocar no objeto de desejo características que não tem, lhe perdoamos todos os pecados, não enxergamos o ser real e sim aquele que projetamos no ser que juramos existir. Sim, um apaixonado é quase um louco.
Se odiamos, fazemos o mesmo no sentido contrário. Tudo vira defeito e má intenção. O nosso objeto de ódio é pura maldade, nada lhe deve ser perdoado e todos os seus atos são carregados de segundas, terceiras, quartas e infinitas intenções. Ele não presta e pronto. Mais um cego que elegeu e projetou em uma pessoa os males do mundo.
Uma pesquisa eleitoral da Exame/Ideia mostra que o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula têm os maiores índices de rejeição. O atual mandatário do país 45% e o ex-presidente tem 42%. Enfim, tanto um como o outro devem dormir com a orelha queimando e a progenitora dos dois, que por sinal são desconhecidas do grande público em seu perfil pessoal, sendo condenadas com seus rebentos.
Contudo, os dois também lideram a pesquisa de intenção de votos. Tanto Bolsonaro como Lula têm mais de 70% dos seus eleitores, convictos de que votariam neles de qualquer jeito. Ou seja, pode acontecer o que for, não largam o osso, vão junto, são “carne e unha”, ou seja, uns apaixonados e outros movidos pelo ódio ao adversário.
Em uma democracia, diante de tanta incerteza e com a necessidade de escolhas racionais, nós somos movidos pela paixão e o ódio. Muitos vão cegos para as urnas. Porém, há quem seja movido pela emoção extrema pela falta de compreensão ou carência de um sentido mais lógico para uma vida inteira. E, não se pode negar, troca-se as consequências de longa duração por uma paixão ou ódio imediato. Quantos atos impensados e crimes passionais. Não é difícil de entender o eleitor, o difícil é aceitar suas escolhas.
A pesquisa que citamos aqui foi feita com 1.500 pessoas entre os dias 19 e 24 de agosto, com o registro no TSE com o número BR-02405/2022.
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