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Elegemos duas mulheres para o legislativo municipal. Duas disputaram a prefeitura, uma chegou em terceiro lugar. Porém, o poder político continua associado à figura masculina. As afirmativas são verdadeiras e carregadas de contradição. Há que se entender a retórica inclusiva e a prática exclusiva. Se defende a causa feminina e na prática a igualdade não se estabelece.
As mudanças econômicas e os valores culturais não andam no mesmo compasso. Se por um lado o mercado de trabalho e as oportunidades para a emancipação da mulher crescem, a compreensão da questão como prioridade dentro do ambiente corporativo público ou privado em relação ao poder não acompanha com a mesma intensidade.
Um levantamento feio pela consultoria Baiam & Company no Linkedin mostra que hoje apenas 3% dos cargos de comando das empresas estão nas mãos de mulheres e que não há uma preocupação efetiva nas corporações para que esta realidade mude. Para 82% das mulheres e 66% dos homens, a questão da igualdade de gênero deveria ser uma das prioridades da empresa. Porém, para apenas metade dos 914 entrevistados pela pesquisa vêm isso como uma das cinco prioridades dentro das empresas em que atuam.
O que se pratica constantemente se naturaliza. E se transforma o hábito em normal, o comum vira norma, logo consolidamos o valor e incorporamos a prática. Quando se inicia a mudança e a necessidade de demonstrar que ela não tem mais finalidade, aí percebemos a dificuldade de rever nossos costumes e o quanto precisamos lutar para que a mudança não fique apenas na retórica.
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