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Somos preparados para a guerra e pouco educados para a paz. O que buscamos é sempre o ato da conquista e consideramos que conviver com os outros é a condição da contrariedade. Uma disputa natural por espaço.
Existem termos que determinam o quanto temos que nos manter distante do outro, como afirmar que o melhor é “cada um no seu quadrado”.
“Conquiste seu espaço” já é uma demonstração do quanto é necessário lutar para “termos um lugar ao sol”. Logo, o outro é uma ameaça. Ele é alguém a ser vencido. Então, em nossa vida, devemos nos preparar para viver um combate.
Para tanta guerra temos que nos preparar. Logo, passamos a vida colecionando armas. Nos escondemos atrás de mecanismos de defesa que ao longo do tempo vão sendo incorporados e naturalizados por nós. Já não sabemos mais separar o que é de nosso caráter e o que é a distorção da conduta. Agressividade vira natureza humana.
Por isso, nas empresas, há tanto medo e ameaça. Nossa pobreza se dá na dimensão de que temos que ser agressores para evitarmos agressão. O poder se mede pelo perigo de destruir o outro e não de construir com ele.
Nestes últimos anos é isso que assistimos além do ambiente de trabalho, nos ambientes da vida cotidiana. A violência virou moeda de troca. A radicalização. Estamos nos escondendo por de trás armadoras de combatentes.
Na nossa comunicação isto fica cada vez mais claro. Nos munimos de argumentos mais para convencer do que para compreender. Buscamos saber para impor e não para rever nossas posições, nossa percepção de temas, pessoas e situações. Sim, nós podemos estar enganados. Mas, no mundo da agressão, quem admite.
Enquanto não mudarmos esta conduta, nada vai ocorrer para construir a tão esperada justiça. A formas como agimos é a linguagem universal que demonstra para o mundo qual é o nosso interesse e quem nós somos.
Logo, pense, se queremos paz, por que nos preparamos todos os dias para a guerra?
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