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Há uma velha discussão na política educacional do país. Devemos ser produtores de conhecimento ou reprodutores. Devemos gerar pesquisas para entender nossas problemáticas e buscar soluções ou devemos importar respostas bem-sucedidas de outros países?
Este debate é antigo. Retorna quando falamos sobre a lei de mercado. As regras que devem orientar as instituições de ensino para atender o momento econômico que estamos vivendo. Para defensores de um ensino engajado nas necessidades do mercado, a educação tem que responder as necessidades da produção. Promover a qualificação técnica e superior que permita o país sair do problema da falta de mão de obra qualificada.
Por outro lado, os defensores de uma educação que promova a ciência e a melhora na formação humana considera que as questões de mercado não são a única prioridade da educação. Há uma necessidade de formar um cidadão consciente e ciente da sociedade e da economia que está inserido. Muitos associam esta perspectiva ao marxismo dominante nas instituições de ensino.
A questão do papel da educação na sociedade vai mais além do que simplesmente uma ideologia. Mesmo os defensores do liberalismo acreditam que a produção do conhecimento não pode ser desprezada dentro das instituições de ensino. Para garantir competitividade no mercado precisamos de um conhecimento que gere riqueza e promova produtos nacionais que possam competir no mercado internacional.
Esta queda de braço que agora se apresenta nos debates dos governos estaduais e federais, o Paraná tem sido um exemplo desta discussão no atual momento, deve ser entendida com calma. Podemos cair em um simplismo da profundidade deste debate. Ele vai além de simplesmente uma mudança da forma como as instituições de ensino superior estão organizadas. É necessário entender a fundo o papel do conhecimento. Coisa que os brasileiros não estão habituados a fazer.
Ciência e educação são coisas sérias. Elas podem definir o futuro de uma nação. O que pretendemos ser passa pela educação que priorizamos e quem somos. Educar é precedido pelo que ensinar. E ensinar implica em reproduzir ou produzir o saber. É possível ter uma ciência por de trás da educação. Temos que dar sentido ao que aprendemos. Não adianta apenas considerarmos que a multiplicação de instituições de ensino e colocar alunos dentro de sala de aula vai, por si só, resolver o problema de nossa ignorância.
A qualidade humana passa por dar sentido a ciência. Saber o que fazer com o conhecimento. Dar aplicabilidade aos conteúdos que são ministrados nas escolas. Não somente o ensino técnico, mas a competência de compreensão da realidade com racionalidade. Isto é a função da educação. E para que isso aconteça, temos que ir muito além deste debate sobre produção ou reprodução do conhecimento.
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