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Educação e inclusão digital são vitais

Pixabay

Ninguém nega que há um grande número de pessoas que são marginalizadas no país. Muitas delas vivem condições extremas de miséria. Faltam para muitos saneamento básico, educação e segurança. Ninguém duvida disso. 

Evidente e tenho falado muito aqui, que com a pandemia do novo coronavírus ficou mais claro ainda as mazelas do país. Estamos convivendo com a exposição de nossas fragilidades. Grande parte dos nossos problemas hoje são estruturais e históricos. Diante da crise nossa face “nua e crua” está diante de nossos olhos. 

Um dos temas centrais da discussão sobre “problema e solução” no país é a educação. Quando o tema é educação pública a questão fica evidente. Parte considerável de nossos alunos estão sem aula desde que a frequência aos espaços escolares foi suspensa. Um terço não tem acesso qualquer a internet. Professores de escolas públicas, que já tem historicamente uma baixa renda, também não estão incluídos digitalmente. 

Como resolver esta e tantas outras questões no país?

Vamos começar nossa resposta pelo que funciona. As escolas privadas do ensino fundamental, médio e superior estão conseguindo manter os alunos em contato com conteúdos e atividades escolares. Algumas deram uma lição de como fazer inclusão digital acelerada em milhares de alunos e professores. Gerar uma condição eficiente de educação através de ferramentas para que a relação professor, aluno e conhecimento ocorresse. 

A qualificação de professores foi rápida e não menos dolorida, mas deu certo. Meu próprio exemplo serve. Sou um educador formado no mundo analógico onde o quadro negro e o giz sempre foram as minhas principais ferramentas de trabalho. A presencialidade sempre me foi uma zona de conforto, em pouco tempo, menos de dois meses, tive que conhecer inúmeras ferramentas digitais, aplicativos, uma nova linguagem e relação profissional. Sobrevivi. 

Por que as escolas públicas não tiveram a mesma realidade?

Ninguém estava preparado para a mudança que ocorreu. O que por si só já é um problema. Poderíamos já ter avançado mais no quesito tecnologia nas escolas. E aqui não estou falando de dar um tablet para cada aluno o colocados na frente de um computador. Ensinar a usar ferramentas digitais. Colocar esta discussão como um tema da educação. A cultura digital veio para ficar e já está conosco bem antes da pandemia. O que ocorreu agora é o fim da nossa “zona de conforto”. Não dá mais para adiar ou ignorar. Quem não tiver acesso vai perder muito da comunicação e da educação.

Se tivéssemos uma gestão mais competente nas escolas públicas e a consciência de que educação é tão primordial como água, esgoto e, agora, inclusão digital, as coisas seriam diferentes. Mas temos que aprender com a dor. E fazer com que este sentimento de exclusão que assombra a educação no país vem de longa data. Já está entre nós há um bom tempo. Ficou mais evidente e se tornou vital resolver.

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