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Economia Política Brasileira – I Parte

Não podemos jamais deixar de analisar a formação brasileira sem levar em conta o contexto que a gera. O Brasil é resultado do processo de expansão marítima portuguesa. As chamadas “grandes navegações” que se iniciaram com a nação lusa no início do Século XVI.

Século, dica-se de passagem, marcado pelos conflitos europeus que se desdobrariam tendo como fator as guerras religiosas, lutas pelo poder dinástico e, ainda mais, pelos domínios marítimos que as nações ibéricas protagonizaram.

A nação lusa foi a primeira a se consolidar como território e estado. Ela gerou, pioneiramente, um ambiente de paz interna e canalizou os esforços para as conquistas navais. Vale lembrar que esta nação lusa foi gerada das guerras de reconquista, na luta contra os mouros e na busca de não se deixar anexar pelos reinos de Castela e Leão, pela Espanha.

Logo, como diz “Camões” em sua obra “Os lusíadas”, “navegar é preciso”. Se Portugal não se dedica ao mar e se consolida como Estado, perderia sua autonomia para os interesses castelhanos. Portugal viraria Espanha.

O rei português passou a ser o agente fundamental para coordenar as navegações e dar a elas um sentido, uma busca. Em um primeiro momento a conquista da costa africana. A busca de ter o controle sobre pontos comerciais e rotas lucrativas. Meios de se chegar as chamadas “especiarias”, uma grande quantidade de produtos vindos do além-mar, do oriente, e que tinham uma rentabilidade elevadíssima na Europa.

Romper muitos intermediários no comércio entre as chamadas “Índias” e os portos da Europa faria de Portugal uma nação protagonista na economia e daria a nação ibérica o potencial necessário para consolidar sua autonomia e fortalecer seus interesses no contexto das nações ocidentais.

Ceuta, no norte da África, foi o primeiro objetivo lusitano. A conquista da desembocadura do mar Mediterrâneo no Atlântico faria de Portugal uma nação promissora no comércio. Conquistar a cidade africana que era um dos principais portos mediterrânicos permitiria um vultuoso lucro nas caravanas que vinham do interior da África.

A conquista se consolidou em 1415, porém, sua lucratividade não foi a esperada. A conquista portuguesa destruiu parte considerável dos armazéns, colocou em pânico a população e acabou por levar ao boicote de rotas comerciais para a cidade.

Portugal não desistiu diante do relativo fracasso, foi em frente e ampliou seus domínios. Caso os portugueses tivessem sido cometidos pelo temor da derrota inicial, nós não estaríamos aqui. Eu não estaria escrevendo este texto e vocês tendo a possibilidade desta leitura.

A expansão naval foi adiante. Conquistou ilhas no Atlântico e iniciou a grande tomada da costa africana. São Tomé, Principe, Angola e chegou ao Cabo da Boa Esperança em 1487. Os portugueses concretizariam o domínio sobre a rota de contorno da África e chegariam a Calicute na Índia em 1498.

A expansão portuguesa acaba por se consolidar depois de seis anos (1492) da chegada de Cristóvão Colombo ter chegou as ilhas Guanahani, onde hoje se localiza as Bahamas.  A rivalidade entre espanhóis e portugueses se intensifica. A Igreja Católica exerce sobre os dois reinos influência e mediação. Tanto que em 1494 o Tratado de Tordesilhas é assinado.

Em 1500, a expedição de Cabral determinaria a posse portuguesa sobre as terras deste “novo mundo” que se tornaria o Brasil. Um “elefante branco” que a princípio nada de interessante trouxe aos portugueses e que demoraria três décadas para ser colonizado. Não sem u custo elevado de investimento por parte do Estado lusitano para dar sentido a ocupação. Mas, esta é uma outra história que contaremos depois.

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