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A história do uso de entorpecentes se confunde com a história da humanidade. Os alucinógenos já fizeram e fazem parte dos rituais religiosos, da alimentação cotidiana e dos rituais de combate, entre outras tantas funções. Em algumas sociedades o seu uso se torno uma simbologia de destaque. Até mesmo limitado aos cargos de liderança dentro de algumas civilizações.
As populações andinas usaram e usam alucinógenos para se manterem em altitudes elevadas e “enganar a fome”. Este processo de drogadição chegou em nossa civilização com as relações estabelecidas pelos povos da antiguidade, gregos e romanos, aos grupos de povos que ocupavam a Europa durante a Idade Média (Séculos V a XV).
A variedade de drogas se ampliou com o encontro das nações europeias com os povos americanos. O processo de colonização ocidental fez com que os alucinógenos do “Novo Mundo” fossem conhecidos pelos colonizadores e apreciados. A “coca” foi um deles.
Contudo, um dos produtos mais conhecidos e de uso comum na Europa e nos Estados Unidos foi a Papoula. O látex do fruto desta planta tem componentes alucinógenos. Ficou conhecido na história como Ópio. Consumido há mais de 3 mil anos, a droga ganhou o mundo. Se tornou fonte de lucro de mercadores e levou a guerra entre Ingleses e chineses. Os britânicos dominavam o comércio da droga na Ásia, enquanto o governo da China desejava combater o consumo.
Mas nada se compara a quantidade de entorpecentes que temos na atualidade. O consumo de drogas se tornou um imenso negócio, paralelo. Aliciando um número imenso de pessoas em regiões de risco para servirem ao tráfico. O deslocamento de entorpecentes ganhou fronteiras.
Porém, não podemos nos iludir que o consumo das drogas está restrito as classes populares. Ele se expandiu dentro de uma estrutura de produção que envolve um grande número de pessoas e com áreas de produção diversas. Se desloca com a cadeia complexa de meios de transporte, como todos os produtos legais. A estrutura que nos alimenta com o produtos e serviços vitais as nossas vidas também distribui a droga. Neste contexto, o combate as drogas fica mais complexo.
Temos que combater a violência que o tráfico de drogas promove. O uso das drogas é algo complexo. Porém, fechar os olhos para o efeito que a dependência gera em uma grande parte da população é tolice. O principal ponto é o ser humano. Quanto mais desqualificado, pobre de valores e vivendo em ambiente de risco, sua dependência química o torno um perigo maior. Quero afirmar que pior do que o consumo de drogas é a qualidade do drogado.
Os entorpecentes potencializam o que temos. Exaltam nossos instintos e fazem se destacar nossas qualidades e defeitos. Nossos sentimentos ricos e pobres. Deixa a luz as pessoas que somos. Por isso, se temos que combater o uso de drogas, temos que lutar para que o ser humano não vire uma droga.
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