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Quantas vezes as nossas preocupações em relação aos vírus se transformaram em lenda. Já tivemos no passado momentos em que pragas e epidemias foram marcas e maldições sobre a sociedade. O discurso religioso já justificou a morte de milhares, milhões de pessoas.
Uma das mais clássicas epidemias da história foi a chamada “peste negra” que assolou a Europa no Século XIV. Um terço da população do continente foi dizimada, 30 milhões de pessoas no mundo. Transmitida pela pulga alojada em ratos que vieram nos porões dos navios em uma fase em que o comércio tinha uma dinâmica distante do que temos hoje. Mesmo assim, a circulação de pessoas levou ratos e doenças para muitos lugares.
Governantes buscaram soluções para tentarem impedir a doença. A precariedade de entendê-la fez com que atitudes equivocadas fossem tomadas. Isolamento de contaminados e de quem estava ao seu lado permitiram a multiplicação de doentes. Crendices com moedas em pontes de vinagres também não resolveram. Porém, a limpeza de determinadas cidades acabaram sendo mais eficientes.
A gripe espanhola no início do Século XX ganhou repercussão como uma doença do extermínio e da associação ao pecado em algumas regiões da Europa. Um influenza H1N1 que eliminou mais de 60 milhões de pessoas. Alguns consideram que morreram em torno de 5% da população mundial.
Quando a Aids iniciou sua expansão como contaminação em escala foi considerada a “doença moral”. Alimentou a mente humana como um castigo divino diante do comportamento promíscuo da vida sexual. A cultura da liberação foi atingida pela da condenação.
Hoje estamos mais eficientes em detectar o processo de expansão das doenças. A capacidade de letalidade da doença acaba sendo uma ameaça se considerarmos o tempo em que ela fica incubada, apresenta sintomas, evolui e leva a morte. Neste ponto o ebola foi mais trágico e menos letal a humanidade.
Porém e contudo, vamos ter ainda na nossa história uma grande quantidade de epidemias, de vírus letais. Guerras bacteriológicas, propagação de vírus como armas de extermínio são registros históricos. No Brasil a gripe dizimou mais que a espada dos colonizadores europeus.
Vamos ainda conviver pela própria característica da espécie com a propagação de doenças. Há uma mutação constante do nosso corpo e dos ambientes que convivemos. Mais que isso, estamos cada vez mais em constante movimento e levando para todos os cantos um pouco de tudo, também de vírus e bactérias que vez em quando se expressam em forma de doença.
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