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Os brasileiros vivem em condições desiguais. Mais que isso, uma diferença de renda extrema, uma das maiores do mundo. Hoje, os 10% dos brasileiros mais ricos detém 51,5 da renda nacional. Comparado com países ricos da Europa (Inglaterra, França e Alemanha) a diferença é significativa. Nestas nações, os 10% mais ricos não chegam a ter 45% da renda nacional. Lembrando que as condições de renda em termos de ganho não é um abismo como aqui.
Para se ter uma ideia, a média da renda nacional é de R$ 1.268,00. E a que diferencia os 10% mais ricos é acima de R$ 5,214,00. Logo, alguém que tem uma renda de “classe média” baixa já pode ser incluído entre os mais abastados do país. Esta condição de desigualdade fica mais clara quando pensamos nos 5% mais ricos no Brasil. Estes detêm 45% da riqueza nacional. Um grupo seleto que vive em condições de prosperidade rodeados da miséria da grande maioria da população.
Parte considerável de nossos problemas se reflete exatamente nesta diferença absurda. Lembrando que a renda é o reflexo de uma outra condição, a qualificação. Se o ser humano não tem uma inserção no mercado de trabalho de forma qualificada, com um potencial produtivo significativo, sua participação na renda será pequena. Os trabalhadores brasileiros têm um potencial produtivo 70% menor do que um trabalhador norte-americano.
Logo, se queremos combater a desigualdade não adianta políticas sociais de subsídios a população se elas não traduzirem uma busca de melhora do potencial produtivo dos seres humanos. Manter a miséria apenas camufla a condição do país. Os mais de 13 milhões de desempregados do país necessitam de melhora na capacidade produtiva para ter renda.
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