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Depois do fim há alguma coisa? Existe um depois quando o sentido do amanhã não existe mais? Estou vivendo este “tempo depois de amanhã”, ou o que alguns chamam de “dia seguinte ao fim dos dias”. E acreditem, ele existe.
Eu protelei a decisão que me levaria ao “encontro da eternidade”. Este era o combinado do destino. O mais sincero desejo que já pousou dentro de mim. Seguir o coração. Não o fiz. Continuei na rota que me tinha como hábito, por segurança ou medo. Agora, depois do fim, me arrependo. Mas não há volta. Pior, não há mais tempo.
Estou na penumbra, na escuridão sufocada. Pior que a perda, o sentimento de ter sido esquecido. Me transformei no detalhe que repousa na memória de alguém que aqui dentro é a essência de existir. Como a Terra em relação ao Universo que admira, mesmo dentro de si nada é.
Tenho entradas para um evento que sonhei, mas a data já venceu. Os bilhetes de passagem de nada valem para uma viagem que já se perdeu. Como se diz, parodiando a canção, “sentado à beira de um caminho que tem fim”.
Fico! Sento, olho, para o nada…. Depois… para mim mesmo. O caminho que nunca percorri…
… E, depois de tempos, simplesmente começo a andar, como quem dá os primeiros passos de uma vida inteira, vivida pela metade…
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