Comentários
2 min
Neste mundo há o péssimo hábito de querer que alguém seja o responsável pela desgraça que nos atinge ou a do alheio. Sempre queremos que o mundo se divida entre o bem e o mal. E a questão não é de hoje.
Quando queremos colocar alguém a prova, sempre indagamos sobre os responsáveis pela desgraça. Quando aparentemente se quer esclarecer, na prática queremos julgar e condenar.
No fundo, estamos a procura de um responsável. Sempre perguntamos, de quem é a culpa?
Nem Cristo se livrou disso, por sinal foi inúmera e incansável vezes colocado à prova e no final foi crucificado por levar a culpa. Espiou todas as nossas, vale lembrar.
Para quem é um leitor da Bíblia ou para aqueles que nunca colocaram os olhos sobre ela, vale resgatar um trecho, está em João 9:2. Nele, cristo é indagado pelos seus discípulos quando se deparam com um homem cego:
“Mestre, por que este homem nasceu cego? Foi por causa dos pecados dele ou por causa dos pecados dos pais dele?”
As pessoas deveriam estar mais preocupadas com a superação dos limites do que com os limites dos condenados.
A cegueira por sinal não é só o limite de quem nada vê, tem quem enxerga e não compreende nada. Resta saber qual é a pior cegueira.
Mas, Cristo foi espetacular em sua resposta, uma lição de sabedoria que muitos deveria levar para suas vidas. Afirma o Jesus:
“Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.
Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.”
Enfim, em vez de buscar os culpados, carrega teu fardo e supera seus obstáculos. Enfrenta seus medos, supere seus limites e mostre que o ser humano que repousa em você é mais do que só um ser vivente.
Muitos se entregam a desgraça dos acontecimentos ou julgam o acontecido como um castigo, um problema. Sempre estamos a busca de apontar o dedo para aquele que deve ser condenado pelo mal que se apresenta.
Tem quem, por exemplo, aponte para seus pais e os faça muleta de seus males e de suas fraquezas, filhos que viraram motivo de nossa covardia.
Daí, vale a máxima sartreana, nossos demônios são os outros, nunca nós mesmos. Parece que evitamos uma reflexão profunda de autorresponsabilidade.
Devemos mais agir do que se isentar. E olhe que a desculpas propagadas por todos os lados. Por isso, há aqueles que arrumam desculpas e outros que buscam uma saída, constroem uma solução.
Limitações e injustiças são constantes. Porém, considero que devemos combater a injustiça com ação que construa a superação e não alimente mais ódio e rancor apontando culpados e exigindo castigos ou aceitando limites “jogando” a responsabilidade para os outros.
Protagonismo e maturidade se constroem em tempos difíceis, homens capazes de construir saídas são descobertos diante de limites agindo para a superação. Por isso, não podemos mais ficar a busca de culpados, temos que construir respostas.
Comentários
2 min
Comentários
2 min