Comentários
2 min
Temos a habilidade de criticar, mas suportamos a crítica? Nosso olhar sobre os outros parece ser mais atento do que nossa atenção interna aos sentimentos pessoais. Quem dera tivéssemos uma percepção apurada sobre nossos atos tanto quanto temos dos atos alheios.
Reflexão sobre nossos atos envolve algo chamado “dor”. Pode ser a dor da ferida ou a do parto. A segunda é melhor que a primeira. Ainda mais porque tem aquelas feridas que nunca cicatrizam, são alimentadas por nossa vontade de viver eternamente um problema. Aquela falta de dar um sentido a vida e o temor de pegar as rédeas do destino em nossas mãos.
A dor do parto é melhor, faz nascer à vida. Faz de nós algo melhor. Podemos dar a luz a um legado que não morrerá conosco. Perpetua uma trajetória necessária na busca de viver além de existir. Ir além de nós, para os outros. E você fará melhor as pessoas se agir com um sentido de crescer. Isto contamina quem vive a nossa volta.
Não podemos temer a crítica. Contudo, ela deve ser feita primeiro a nós mesmos. Lembre-se que todo o julgamento fala mais do caráter de quem julga do que quem é julgado. O nosso comportamento expõe sentidos, interesses. Quais interesses nos movem?
Podemos nunca admitir para outras pessoas o que realmente intencionamos. Podemos iludir e gerar uma representação. A farsa só não pode ludibriar a nossa consciência. Não vale a pena uma vida inteira mentindo a si mesmo.
Existe algo que todos nós temos que entender como destino, a solidão de nosso nascimento e morte. A trajetória é nossa. Acompanhada com as pessoas com as quais dividimos os mais diferentes sentimentos e interesses, mas o julgamento que avalia a existência é solitário.
Por isso, não haverá saída que não a dor do parto que busca dar a luz a um sentido para a existência. Não há herança maior do que algo que vá além de nós. Mais que viver, é preciso dar um sentido a vida. O sentido se constrói quando percebemos que a simples reprodução do cotidiano não pode ser um fim em si mesmo.
Mas como ir além?
Pode parecer simples, mas não é. Ir além do hoje. Lembrando sempre que a história de viver o agora não é uma verdade. Na prática, vivemos sempre com o passado e o futuro em nossa mente. A questão é, o quão longe vamos para “trás ou para frente”. Se a nossa mente percorre o passado com profundidade de aprender e o futuro na dimensão de prever nossos atos e suas consequências.
Não se pode viver jogado nas contingências da vida. O acaso não deve ser a justificativa da existência. Viver ao sabor do vendo sem traçar um caminho e ser apenas consequência e se vitimar sem amadurecer. A lógica infantil não cabe para quem quer de fato crescer.
Comentários
2 min
Comentários
2 min