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Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC/Brasil) mostra que um em cada quatro brasileiros entrou no crédito rotativo no Cartão de Crédito. Meio que lidera, segundo a pesquisa, a forma de compra parcelada dos brasileiros (37%).
O crédito rotativo do cartão tem um juro elevado, absurdo, 286,9% ao ano, só perde para o cheque especial. Ele é o principal meio de endividamento dos brasileiros. A alimentação é o uso mais comum do cartão de crédito, 66%. O “dinheiro” de plástico se transforma em um facilitador, mas também um perigo.
A compra pelo cartão de crédito é aceita pela grande maioria dos estabelecimentos comerciais. O uso acaba se generalizando. A forma como ele permite as compras acaba por não denunciar que estamos acumulando dívidas. O dinheiro não sai da carteira. Temos a impressão de termos renda, mas o que temos é um crédito que nos envenena lentamente se não soubermos usar.
Contudo, e é importante entender isso, o consumo está ligado diretamente às relações que estabelecemos com as pessoas e conosco. Nossa dignidade e afetividade estão se vinculando com o consumo de bens e serviços. Os espaços que frequentamos e as pessoas com quem nos relacionamos estão ligadas ao nosso potencial de compra. Uma condição que temos que assumir e saber administrar.
A monetarização de nossas relações deixou de ser o meio para se transformar em um fim. Passamos a nos intermediar por objetos e serviços. Não por acaso somos carentes de vínculos emocionais duradouros. O tempo de vida dos vínculos é curto. Começamos a buscar atender nossos interesses particulares. A individualidade das necessidades tem uma oferta imensa de produtos. Personificamos o uso e a identificação com os objetos.
Se queremos ter um equilíbrio financeiro, arrumar nossa vida econômica, um dos primeiros passos é compreender nossos vínculos com quem está a nossa volta. Ao mudarmos o comportamento econômico, nós estamos mexendo diretamente com as afetividades a nossa volta. Condição que fica crítica quando se pensa em cortar gastos. A família, inclusive, é o vínculo mais tenso.
A educação financeira que tanto buscamos está relacionada diretamente com nossa afetividade. Podemos fazer quantas contas quisermos. Os números se resolvem com a matemática, mas a afetividade tem um “cálculo” complicado, às vezes, com uma lógica de efeitos emocionais imediatos negativos. Porém, necessários a serem revistos. Tão importantes quanto a revisão das despesas a das relações são fundamentais.
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