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O Dia de Finados, o dia de lembrarmos de todas as pessoas que morreram. Por mais estranho que pareça, celebrar a vida é lembrar dos mortos. O que não é exclusividade dos cristãos e nem começou com eles. Já se celebra há muito tempo.
A morte transita entre a passagem e o ponto final. Não há para os que vivem uma resposta objetiva se há vida depois da morte. Há o acreditar e ter fé de algo existe além desta vida. A certeza fundamental é que ela fica para os que permanecem e os que partem devem ser colocados em algum lugar além da saudade e da angústia do depois.
Nunca podemos esquecer que o ser humano é o único que tem ciência e consciência da morte. Ninguém vive pensando nela, contudo, todos sabem que ela é o destino inevitável. Sua angústia está de não saber quando e como ela chegará.
Entre os cristãos católicos, religião predominante no país e iniciadora do processo de espiritualização ocidental nestas terras, o ritual de celebração da morte foi instalado no Século X, o abade Odilo Cluny. E no início do Século XX foi oficializada a missa de finados.
No Brasil virou feriado em 2002. Contudo, por aqui os rituais de celebração da morte já existiam. Mesmo entre os indígenas e sua diversidade cultural como entre os afros que enriqueceram ainda mais a relação espiritual. A religiosidade oriental que chegou nas migrações do Século XX ampliaram ainda mais os rituais de celebração da vida e lembrança dos mortos.
O ano passado e este ano perdemos muitas vidas, convivemos com a morte mais de perto. Há muitas pessoas lembrando de seus mortos. A morte também é um preço que pagamos pelas nossas escolhas. Fruto de nosso ato. É uma consequência do que não dominamos. Porém, toda a morte deve nos deixar uma lição. E seja ela qual for, deve ter como principal objetivo a valorização da vida.
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