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O país amanheceu com um novo presidente e novos governadores. No discurso do presidente há uma valorização do que disse em campanha. Exaltação dos princípios que fizeram do capitão reformado o candidato da oposição ao longo período de governo petista.
O princípio moral conservador também esteve presente no discurso de Bolsonaro. Se a ponderação e unidade estiveram no repertório do presidente antes da posse, não estava ontem, quando assumiu o país e falou para os seus eleitores. Era a hora da festa. A fala era para comemorar a vitória. Mas será o tom da governabilidade?
Já o novo governador do Paraná, Ratinho Júnior, foi mais ponderado. Falou da necessidade de desenvolvimento fundado no agronegócio, o que chamou como vocação do Estado. Exaltou o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Na pessoalidade da posse, falou que ele não pertence a nenhuma oligarquia. Este foi o único momento que gerou algum diferencial oratório em relação ao governo que ele sucede. Agradeceu os eleitores.
Aqui precisamos fazer uma ponderação, a fala de posse não é a governabilidade. O poder se mantém pela capacidade de estabelecer as relações com as forças que sustentam o representante público. O povo, o eleitor, é um destes elementos, não o único. Outras bases de sustentação precisam convergir para um governo cumprir sua trajetória.
Não podemos esquecer que os dois eleitos, o presidente da república e o governador do estado, nunca estiveram à frente de um mandado no executivo. São parlamentares. Apenas Ratinho Júnior foi secretário de Estado durante o governo Beto Richa. O parlamentar tende a ser popular em sua expressão.
Na posse do presidente da república ocorreu um tratamento duro à imprensa. Um tom ruim para quem deseja se comunicar com a população. Não serão as redes sociais que irão fazer do governante uma exceção e capaz de se comunicar com seus eleitores. A paixão não pode dar tom a uma relação, posse não é governar.
Esperamos que seja apenas o começo, apaixonante e não alucinado.
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